Nasci em São Paulo mas cresci
no interior numa chácara, assim desenvolví conhecimentos
de jardinagem desde pequeno. Ví uma matéria sobre Bonsai
em uma revista estrangeira em 1976 e passei a tentar cultivá-los
mas, minhas plantas só aumentaram em quantidade e qualidade a partir
de 82 quando retornei dos Estados Unidos. Lá, morei no Oregon e
fiz curso técnico em engenharia florestal, produção
de ornamentais e tive aulas de Bonsai.
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Subindo em um Abeto Douglas,
em aula de engenharia florestal.
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Quando me formei em rádio e TV
veio o plano Collor e eu não arrumei emprego, assim, transformar
minha coleção de Bonsais em um viveiro comercial foi mais
uma necessidade do que um grande idéia. A produção
comercial é uma outra estória e nesse sentido aprendi muito
com Kensaburo Hadano, por quem meu respeito e admiração
de tão grandes não cabem no meu coração.
Em seguida comecei a ministrar cursos
que logo passaram para cidades mais distantes. Lembro-me com especial carinho
de um grande Workshop realizado em BH, em 94, tudo muito lindo, a floricultura,
lá no alto da Raja Gabaglia, excelentes alunos e ambiente. Impossível
não mencionar os inúmeros cursos em Campinas, graças
à Marli Saraiva; me orgulho também da sementinha que plantamos
no nordeste e germinou forte. Os primeiros cursos de lá, graças
ao Alves e ao Martins de Natal e também me ajudou a apadrinhar o
Nordeste, o Bergson que desceu até aqui para um workshop, quando
o movimento começou a ser formado.
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Em 95 saiu a 1ª edição
de meu primeiro livro,o que foi possível fazer dentro do custo e
da realidade brasileira. 5 semanas depois voltei para os Estados Unidos,
porque estava namorando a irmã da Madonna e fui para lá morar
com ela. Comecei a trabalhar em um enorme viveiro de plantas em Detroit,
o Bordines, no gazebo de atendimento ao consumidor do setor de árvores
e arbustos.
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O pai da Madonna
começava uma Vindima e Vinicola então fui ajudá-lo.
Foi muito bacana. No final de 96 voltei para o meu bom e velho Brasil.Claro,conheci
minha ex cunhada, estive com ela por diversas vezes.
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Formando a Vindima. Eu (de boné)
e Silvio Ciccone
(de camisa xadrez). É
isso aí, o vinho Madonna tem minha paticipação
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Em 97 ajudei os amigos da Cerâmica
Petrópolis na escolha de modelos para a formação
de uma linha de vasos acessíveis, aumentei a produção
de Bonsai e abrí a loja do viveiro, mas os anos seguintes
foram tempos complicados, com furtos de Bonsais e o seguro não pagando,
e uma enorme produção e nenhum sócio para fazer a
distribuição.
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As idéias de sempre,
veja os torrões
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Foram inúmeros
os artigos e reportagens em jornais, revistas rádios e televisões,
mas estar na berlinda não é só um mar de rosas. A
verdade é que, não importa em qual área, todos aqueles
que querem mudar a realidade tem que dar cara à tapa e esse foi
não apenas o meu caso mas também de todos os outros colegas
que tanto fizeram e continuam fazendo pelo Bonsai no Brasil.
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Levou um tempo para fazer a
adaptação necessária ao que eu queria para o viveiro
naquele momento. Por causa do intenso trabalho, comparecer a eventos de
amigos tornou-se difícil.
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Liquidambar styraciflua
significa “Âmbar líquido fluindo com Storax”
Não é quase
poesia?!
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O segundo livro seria
de técnicas avançadas, mas meu editor me convenceu a fazer
um básico mais objetivo, então ta aí. Um terceiro?
Quem sabe um dia...
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Comecei então a cursar a minha
segunda faculdade, o que me atarefou ainda mais. Agora, ao término
desta, novos projetos com Bonsai estão sendo germinados.
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Fica difícil medir com
exatidão o que o Bonsai significa em minha vida e o que eu significo
na vida do Bonsai no Brasil. Se eu tiver conseguido ajudar os brasileiros
a respeitarem mais as árvores, já estará muito bom.
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