Sou Engenheiro Agrônomo, formado
pela Universidade Federal do Paraná em 1987. Nasci em Curitiba e
minha história com o bonsai começou durante a faculdade,
portanto já se vão mais de 20 anos desde que reguei as minhas
primeiras árvores. No inicio encontrei muitas dificuldades já
que naquela época as informações disponíveis
eram poucas, afinal de contas ainda não tínhamos a internet
e os poucos livros eram importados e caros. Como qualquer iniciante, perdi
muitas plantas, regando de menos, podando demais e aplicando as técnicas
de maneira incorreta no momento inoportuno. Talvez por me lembrar muito
bem dessa época e das dificuldades que tive, é que nunca
tenha tido preconceito contra os iniciantes, coisa comum dentro do mundo
do bonsai, pois sei o quanto é longo e laborioso o caminho a ser
percorrido para se conseguir o aprofundamento na arte.
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Com Jiro Mizuno em sua casa
em Santo André, São Paulo. Acho que essa foto é de
87 e me trás boas lembranças de como tudo começou.
Sr. Jiro foi uma pessoa muito especial em minha vida.
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Nesse período conheci Jiro Mizuno,
que foi sem dúvida um marco em minha vida, não somente pelo
artista que dominava todas as técnicas do bonsai tradicionalmente
japonês, mas também pela pessoa encantadora, humilde e sempre
disposta a ensinar os que realmente estavam dispostos a aprender. Dona
Mizuno, sua inseparável companheira muitas vezes me hospedou gentilmente
em sua casa. Fico feliz em ver que o Eduardo e a Cecília continuaram
com a tradição familiar de difundir a arte do bonsai. Nesse
período também conheci o Mestre Hidaka, O Sr. Hadano, pai
do Nelson Hadano e outros grandes artistas tradicionais da época
como o Sr. Ono, o Sr. Kodama, o Sr. Kojima e o Sr. Iwazaki, que infelizmente
já não estão mais entre nós.
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Visita ao viveiro de Hidaka San
em 98. Fonte contínua de inspiração.
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Hidaka San e Paulo Maeshiba
durante uma das minhas primeiras visitas a Atibaia em 88. O Sr. Maeshiba
de Curitiba já é falecido, e foi um grande companheiro de
viagens.
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No final de 1992 nasceu a Bonsai Arts
Garden, uma loja em Curitiba que foi aberta em sociedade com o paisagista
Acyr Cornelsen. Realizávamos projetos e execução de
jardins, comercializávamos bonsai, fazíamos exposições
e foi quando comecei a ministrar cursos básicos de bonsai. Conheci
o Zezão época, através da loja, e ele já era
fascinado pelo bonsai, só que ainda não tinha nenhuma intimidade
com a motosserra. Já fiz muita coisa boa com o Zezão! Um
pouco depois conheci o Roberto Gerpe do Rio, que se tornou um grande amigo
e realizamos bons projetos juntos.
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Graças a ele tive a oportunidade
de ir inúmeras vezes para Heidelberg na Alemanha, que na época
era o maior centro de bonsai da Europa.
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Bosques de coníferas no viveiro
de Paul Lesnievicz
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Demonstração no Bonsai
Centrum Heidelberg na Alemanha em 1995. Com Horst Krekeler e Roberto Gerpe
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O Bonsai Centrum naquela época
ainda estava sob o comando de Paul Lesniewicz, um verdadeiro mito do bonsai
moderno, com inúmeros livros publicados e o primeiro europeu a importar
bonsai da China e Japão em grande escala. Seu viveiro era realmente
uma maravilha. Seu braço direito era o Horst Krekeler, que trabalhou
anos no viveiro e que muitos brasileiros tiveram o prazer de conhecer nas
inúmeras vezes em que ele esteve no Brasil para participar dos eventos
do Vicente Romagnole. O Horst é uma daquelas figuras que a gente
nunca esquece!
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Rock Junior, Marita Gurruchaga
da Argentina, Jacky do Chile, Thierry Font da França, eu e Alexis
Vidal do Chile durante um dos encontros nacionais em Mandaguari.
Não posso deixar de prestar aqui minha homenagem a quem considero
os representantes do bonsai na Argentina e no Chile. Amigos que nos visitam
a mais de 10 anos, trocando experiências e prestigiando nosso trabalho.
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Acredito que os primeiros bonsai
importados que entraram no Brasil foram de Heildelberg e através
do Roberto. Fizemos inúmeras importações juntos e
nessa época me lembro perfeitamente que a cada chegada de uma nova
remessa era uma festa. Muitas espécies novas e exóticas foram
introduzidas no Brasil nesse momento.
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Vídeo "Introdução
ao Bonsai"
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Capa do vídeo “Introdução
ao Bonsai com Carlos Tramujas” lançado em 2000
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Vistas
gerais da estufa na antiga Bonsai Brasil. Ano 1996
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Alguns anos depois, acho que
no final de 1996, com a ajuda da Eliza, minha esposa, criei a Bonsai Brasil,
com outra mentalidade e disposto a difundir a arte do Bonsai por todos
os cantos do Brasil.
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O lado empresarial sempre me
atraiu muito e sofri muitas críticas e preconceitos por isso, mas
o meu desafio interior sempre foi desenvolver a parte comercial, sem deixar
de lado a verdadeira arte do bonsai.
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Naquela época era um desafio
despachar bonsai por transportadoras, mas mesmo assim enviamos pedidos
para muitas cidades espalhadas por todo o Brasil
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Naquela época já
tínhamos clientes espalhados por todos os cantos do país,
como o Sergivaldo Costa, hoje com um belíssimo trabalho com as nativas
do nordeste, o Sr. Martins de Natal e o Bergson de Maceió.
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Não posso esquecer também
do David Yamamoto de Brasília entre tantos outros clientes que posteriormente
se tornaram amigos e companheiros. Cada venda que fazíamos era uma
satisfação, não somente para nós que despachávamos
as plantas, mas também para os clientes que as recebiam.
Acho que poderia escrever um livro
somente com as histórias da Bonsai Brasil e seus clientes.
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Nessa época criei o site da Bonsai
Brasil e fomos os pioneiros na comercialização de bonsai
e seus complementos pela internet, enviando produtos para todo o Brasil.
Para quem se lembra, era um site
bem completo, com informações, dicas e acredito eu, um dos
primeiros fóruns de bonsai, senão o primeiro. Muitas horas
de trabalho, inclusive à noite para manter o site atualizado e responder
as pergunta que eram muitas.
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Montamos uma estrutura
para fazer exposições itinerantes pelo Brasil e em pouco
tempo já havíamos realizado exposições nas
principais capitais brasileiras; Rio, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis,
Belo Horizonte entre muitas outras cidades. Lembro-me que a primeira
exposição grande que fizemos em Belo Horizonte, foi com o
Rock Junior que na época era nosso parceiro comercial e iniciava
os projetos de criação e divulgação da Terra
Bonsai, que hoje é uma grande referência quando se trata do
assunto Bonsai.
Saudades daquele tempo!
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Nessa época, mais ou menos em
97, eu já mantinha contato com a Mistral Bonsai da Espanha, pois
fazíamos importações freqüentes do Uruguai. A
Mistral tinha um centro de distribuição lá e foi numa
das viagens ao Uruguai que conheci seu proprietário, o Sr. Manolo
Ibañez.
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Visita ao viveiro de Kimura
no Japão. Nesta foto ao lado de um dos seus melhores trabalhos,
segundo o meu ponto de vista. A realização de um sonho.
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Com Kimura e Vicente Romagnole
no Japão. Também companheiro de muitas viagens, considero
o Vicente um grande amigo.
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Não posso esquecer que o ano
de 1997 também foi marcante para mim, pois tive a oportunidade de
realizar o sonho de ir ao Japão e conhecer os templos de Kyoto e
viveiros importantes de bonsai, como os de Takeyama, Saburo Kato e Kimura.
Nesses anos que morei na Espanha,
uma das atividades que fazíamos com freqüência era caminhar
pelas montanhas para apreciar os Pinus, Juniperus e tantas outras espécies,
em seu habitat natural. Acredito que tenha sido uma das minhas maiores
lições de aprendizagem no período em que morei fora
do Brasil.
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Com a visita do Manolo a Bonsai
Brasil no final de 99, recebi o primeiro convite para ir trabalhar na Espanha,
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mas minha filha Giovanna tinha
apenas alguns meses de vida e o envolvimento com a empresa era tão
grande que não conseguia visualizar a concretização
desse projeto, apesar do interesse nesse momento já ser muito grande.
No ano 2000 fui com a família para o I Congresso Mistral Bonsai
e no ano seguinte já com o projeto mais definido em minha cabeça,
fui sozinho para passar três meses e poder vivenciar melhor o que
representaria de fato ir morar na Espanha. No ano seguinte consegui vender
a empresa e todas as minhas plantas e nos mudamos para a Espanha já
com o contrato de trabalho feito com a Mistral. Foi um momento de desapego
muito grande, pois haviam plantas que já estavam comigo há
muitos anos. Foi realmente uma grande lição de vida.
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Meu local de trabalho na Mistral
durante um bom tempo, antes de ser criado o Departamento de Publicações.
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Na Mistral, tive a oportunidade
de fazer de tudo um pouco e participar de muitos processos, tais como o
de produção no campo, logística e embalagem e importação
e exportação, entre outros. Mas uma das atividades com que
mais me identifiquei foi assumir a relação comercial com
os clubes e associações da Espanha, que hoje somam mais de
150 no total. Essa relação durou todo o tempo em que estive
lá e me rendeu bons amigos, com os quais mantenho contato até
hoje.
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Também trabalhei árvores,
fiz demonstrações, colaborei com a montagem do site da Mistral
e criei o Departamento de Publicações, com a finalidade de
editarmos guias de espécies, livros e comercializarmos produtos
afins. Nosso departamento também administrava as vendas da revista
France Bonsai,
Capa da revista espanhola Bonsai
Pasion, da qual fui editor chefe no período em que trabalhei na
Espanha |
e quando começamos a
publicar a versão em espanhol, a Bonsai Pasion, me tornei o editor
chefe da mesma,
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função esta que
durou até o momento da minha volta para o Brasil. Trabalhando diretamente
com a revista, tive a oportunidade de viajar muito e conhecer os melhores
artistas europeus, suas técnicas e seus trabalhos.
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Vistas gerais do viveiro da Mistral,
onde os números são todos muito grandes. Como por exemplo,
os 60.000 m² de sombrite e estufas e os mais de 500.000 bonsai em
estoque.
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Demonstração no
Congresso Andaluz de Bonsai em Sevilha, Espanha.
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Demonstração no
Hofner Bonsai Club na Suíça em 2002
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Foi uma decepção
muito grande ouvir de certas pessoas que eu tinha estado na Mistral, mas
que não tinha trabalhado diretamente com os bonsai. Sabem que no
inicio pensei que só faria isso mesmo, mas assim que cheguei lá,
o Manolo me disse que para trabalhar com os bonsai ele poderia trazer artistas
do Japão que sem duvida fariam o trabalho melhor do que eu, e como
realmente faziam. Todos os anos em que estive lá ele trazia o Sr.
Tooru Tsukui por pelo menos três meses apenas para trabalhar com
os bonsai. Essa grande figura só falava o japonês, mas mesmo
assim acabamos nos tornando grandes amigos. Outra pessoa que me afeiçoei
muito e do qual acabei me tornando amigo foi o Atsushi Fukushima, outra
revelação no bonsai e que já tinha estudado com o
Kimura. Ele também passava longos períodos na Mistral apenas
fazendo bonsai e me dizia que era a única coisa que sabia fazer
bem. O Thierry Font da França que era contratado da Mistral para
trabalhar uma semana por mês, também com os bonsai, foi um
grande companheiro e amigo durante todo os anos em que estive lá.
Hoje eu penso que se realmente tivesse ficado apenas trabalhando com as
árvores, teria deixado de viver intensamente o dia a dia da maior
empresa de bonsai do mundo que se tornou a Mistral Bonsai. O Manolo é
realmente um excelente empresário e minha admiração
por ele é muito grande pelo que ele conseguiu construir em tão
pouco tempo. Durante o período que estive na Mistral, acredito que
o meu maior desafio tenha sido o de organizar o Concurso Internacional
Mistral Bonsai “Premio Olea”, um concurso de bonsai com participantes de
vários países da Europa. Durante os Congressos da Mistral
pude receber vários amigos do Brasil. O Zezão esteve por
lá, o Vicente Romagnole e a Ilza, sua filha, a Regina Suzuki, o
Rock e a Renata, o Joca e o Tozé do Rio, o Mario Leal e seu irmão
Luis Vidal, a Rosane, que na época era presidente da Associação
Brasileira de Bonsai e o seu filho Gustavo, entre muitos outros.
Minha participação
nos eventos da Mistral sempre foi muito intensa e pude vivenciar de perto
a organização de grandes eventos de bonsai, inclusive desempenhando
atividades de grande responsabilidade, tais como:
- Presidente da Comissão
organizadora do I e II Concurso Internacional Mistral Bonsai de Bonsai
e Suiseki, Premio Olea.
- Participação da
organização do II e III Congresso Internacional Mistral Bonsai.
- Coordenador geral na elaboração
do DVD II Congresso Mistral Bonsai com Masahiko Kimura.
- Responsável pela elaboração
dos livros “Premio Olea” edição 2003 e 2005.
- Coordenador das demonstrações
de bonsai.
Os maiores nomes do mundo do bonsai
da atualidade já haviam passado pelo Congresso Mistral, no tempo
em que eu estava por lá. Entre eles:
Masahiko Kimura, Takeo Kawabe, Tooru
Tsukui do Japão, Thierry Font, Alain Arnaud e Patrice Bongrand da
França, David Benavente, Gabriel Romero, Luis Valejo, Carlos Barrero
e Sebastián Fernandez da Espanha, Pavel Slovak da República
Checa, Kevin Wilson da Inglaterra, Marco Invernizzi e Salvatore Liporace
da Itália e Pedro Morales de Porto Rico, entre outros.
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Atsushi Fukushima do Japão
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Com Atsushi Fukushima do Japão,
no atelier da Mistral. Bom amigo!
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Almoçando com Kunio Kobayashi
durante um Congresso Mistral Bonsai. Kobayashi é uma figura rara
e nunca dispensa um bom vinho. Nem só de bonsai vive o bonsaísta!
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Com Toshio Ishii, mestre japonês
e o resultado final de minha demonstração feita com um Juniperus
Itoigawa durante um Congresso Mistral Bonsai. Ao fundo, Joca que esteve
à frente durante muitos anos da Tropical Bonsai no Rio de Janeiro.
O Joca sempre foi amigo e companheiro dentro do mundo do bonsai, até
que teve que se afastar ha alguns anos por sérios problemas de saúde.
Grande Joca! Saudades!!!
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Como editor chefe da revista Bonsai
Pasion, participei dos melhores eventos espanhóis e europeus, fazendo
demonstrações e a cobertura jornalística dos mesmos.
Viajei muito pela Europa nesse período, onde tive a oportunidade
de conhecer países como a França, Portugal, Suíça,
Bélgica, Itália, San Marino, Holanda e Alemanha.
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Placa recebida da Associação
Espanhola de Bonsai pelo reconhecimento dos trabalhos realizados
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Minha ótima relação
com os clubes de bonsai da Espanha, fez com que eu tivesse um envolvimento
muito grande com a Associação Espanhola de Bonsai (AEB) e
fui convidado por eles para participar dos seus principais eventos, assim
como, para ser juiz oficial de concursos de bonsai e de jovens talentos
em diversas ocasiões.
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- Participação no XV,
XVI e XVII Congresso Nacional Espanhol da Associação Espanhola.
- Juiz do Concurso Espanhol de Novos
Talentos 2002, 2003, 2004 e 2005.
- Juiz do Concurso de Novos Talentos
Andaluz 2003.
- Juiz do I e II Concurso Nacional
de Bonsai Memorial Francisco García Ribas.
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Não posso deixar de mencionar
que em abril de 2004 tive a oportunidade de viajar para os Estados Unidos
e fazer uma excursão a Bristlecone Pine nas White Montains na Califórnia
para a elaboração do artigo “As árvores mais velhas
do mundo”. O intúito dessa viagem foi também visitar os mais
importantes mestres de bonsai da Califórnia como; Ernie Kuo, Massaru
Ishi, Roy Nagatoshi, Harry Hirao e Ben Oki para a elaboração
do artigo “Juniperus da Califórnia” para as Revistas Bonsai Pasion
(Espanha) e France Bonsai (França).
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Bristlecone Pine, California. Reportagem
sobre as árvores mais velhas do mundo, os Pinus longaeva
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"Na casa de John Naka na California com Zezăo e Roberto Gerpe. A oportunidade de conhecer o mestre dos mestres pouco antes da sua morte foi outro momento muito significativo em minha vida."
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O apoio do Roberto Gerpe que
morava lá naquela época foi fundamental para a realização
desse projeto e com ele tive a oportunidade de visitar John Naka, poucos
meses antes da sua morte. O Zezão de Curitiba também foi
companheiro de viagem para a realização desse projeto e passamos
bons momentos juntos por lá!
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Meu retorno oficial para o Brasil
começou quando minha esposa e minha filha voltaram definitivamente
em dezembro de 2004. Eu acabei ficando até maio de 2005 a pedido
do Manolo e do Raul, os proprietários da Mistral, para auxiliar
na organização do Congresso que ocorreria em Abril deste
mesmo ano.
Muita gente me pergunta por que
eu voltei para o Brasil, assim com alguns dizem que eu deveria ter ficado
por lá. Mas o meu tempo lá havia terminado, não só
o meu, como o da minha família. Difícil ver minha filha crescer
longe dos tios, avós e primos, ver minha mulher com dificuldades
de validar o seu diploma e não poder trabalhar oficialmente na sua
área e também por não deixarmos de ser eternos estrangeiros.
Meu pai morreu quando eu estava lá e não pude estar ao lado
da minha família aqui no Brasil para ajudar a confortar a dor. Foram
uma série de fatores que associado ao fato de eu não ter
medo de mudanças radicais em minha vida, que fizeram que voltássemos
para o Brasil. Hoje não me arrependo nem de ter ido, e nem de ter
voltado. Me arrependo somente daquilo que eu deixei de fazer.
No período em que fiquei
sozinho por lá, comecei a realizar um projeto antigo, e que até
então nunca havia transposto a barreira do sonho e do desejo: escrever
um livro. Trabalhei muito nesse projeto, primeiro fazendo pesquisas
e compilando um grande banco de imagens, e para isso, não havia
um lugar melhor do que a Mistral e finalmente numa noite fria de outono,
comecei a escrever. Tive um apoio muito grande do Thierry naquele momento,
que por sinal me presenteou com uma série de desenhos, o que me
estimulou ainda mais. Em maio de 2005 quando regressei ao Brasil, já
tinha uma boa parte do livro escrito e diagramado. Hoje, apesar de faltar
menos de 10% para a conclusão do meu projeto, ele teve que ser paralisado,
pelo envolvimento que tive em um projeto ainda maior e mais importante
na minha vida nesse momento, que se chama Bonsai do Campo. Falta pouco
para terminar o que acredito ser, um livro importante para o Brasil, não
somente pelas mais de 280 páginas que compõem o projeto original,
mas também pela abrangência geral sobre a arte do bonsai,
assim como pela qualidade das quase mil fotos e desenhos. Um livro escrito
e desenhado pensando em ajudar e estimular os iniciantes na arte, mas também
para ser apreciado e criticado por aqueles que se julgam experts no assunto.
Espero em breve, quem sabe até o final de 2009, concluir o projeto
e ir atrás de patrocínio para poder publicá-lo.
O projeto Bonsai do Campo começou
com uma parceria em abril de 2006, com o viveiro de plantas ornamentais
Belvedere, considerado um dos maiores do Brasil em extensão de área
cultivada e com mais de 35 anos de tradição.
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A idéia inicial
era dar uma consultoria no sentido de melhorar o sistema de produção
de plantas para pré-bonsai e bonsai. Trabalhei esse período
diretamente com o Edson Anderman, filho de um dos sócios e também
Engenheiro agrônomo e responsável pelo setor de bonsai. A
parceria deu resultados e o setor de bonsai se desenvolveu melhor do que
o previsto.
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No início de 2007, criamos
a marca Bonsai do Campo, acreditando que o nome tinha tudo a ver com o
lugar maravilhoso onde o viveiro se encontra, ou seja, a área rural
do município de Porto Amazonas, a aproximadamente 70 km de Curitiba.
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Área comercial dos pré-bonsai.
Fotos de 2007 e 2008
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Alguns bonsai considerados como
acervo da Bonsai do Campo
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Em outubro de 2007, realizamos
um projeto audacioso que foi a realização do I Encontro Nacional
do Bonsai Rural. Audacioso pela dificuldade aparente em levar os participantes
do evento para o “meio do mato” e fazê-los vivenciar de perto a realidade
de um grande viveiro de plantas ornamentais. O evento foi um sucesso, e
apesar das dificuldades conseguimos concretizar o sonho de realizarmos
um evento na fazenda.
Infelizmente tivemos que cancelar
a segunda edição do Bonsai Rural que seria no final de outubro
de 2008. Realmente uma pena, pois já tínhamos até
o cartaz feito e preparado para divulgação. O principal motivo
foi a instabilidade gerada dentro do viveiro causada pela dissolução
da sociedade e que já vinha acontecendo há algum tempo. E
lá se vão 35 anos de trabalho em conjunto! Esse processo
segue até os dias de hoje e creio que terminará completamente
até maio de 2009. Nosso maior desejo é realizarmos a segunda
edição este ano, mas devido às circunstancias é
prematuro afirmarmos qualquer coisa a respeito.
Como resultado da separação,
a Bonsai do Campo ganhou vida própria e autonomia, sendo sua principal
diretriz a produção e comercialização de plantas,
mas tendo como objetivo único, o bonsai. Não vejo uma forma
melhor de exercer minha profissão.
Vida nova, projeto novo e muito
trabalho pela frente!
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Hoje com 48 anos, tenho muita
satisfação em dizer que me tornei sócio do Edson na
empresa Bonsai do Campo, e que me sinto feliz e realizado, pois mais uma
vez, minha vida segue com toda a intensidade de encontro ao bonsai.
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Cartaz do I Encontro Nacional do
Bonsai Rural que realizamos na fazenda da Belvedere em 2007
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Foto tirada durante o Bonsai
Rural em 2007. Com Edson Anderman, sócio na Bonsai do Campo e Sr.
Wu, um dos demonstradores convidados para o evento.
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Eu já viajei muito pelo Brasil
dando curso e fazendo palestras e continuo viajando, e em cada cidade,
em cada clube, em cada local que vou, encontro novos talentos. Pessoas
que precisam apenas de um pouco mais de apoio para se tornarem grandes
bonsaístas. Acredito muito no bonsai no Brasil e vejo que cada vez
mais caminhamos em busca de uma identidade própria, e que por mais
que nos inspiremos nos conceitos e regras japonesas, essa identidade tem
a nossa alma e nosso jeito único de fazer bonsai.
Aproveito para agradecer ao Mario
Leal a oportunidade de escrever um pouco sobre minha vida e para me desculpar
se deixei de mencionar alguém, mas acho que o importante mesmo é
saber que todas as pessoas com quem eu convivi ao longo desses anos contribuíram
de alguma forma para o meu crescimento na arte do bonsai.
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TRABALHO
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Eu e minha filha Giovanna em uma
manhã de domingo trabalhando com uma Cryptomeria. Em Curitiba, tenho
um atelier em casa, onde posso realizar alguns trabalhos mais elaborados.
Foto de 2006
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Primeiro plantio em vaso para bonsai
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Cryptomeria japônica “pipo”.
Foto tirada em 2008, logo após ser transplantada para um vaso mais
adequado para seu estilo
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Criptomeria
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PLANTAS
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Buxus Semprevirens
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Calliandra brevipes
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Cambui - Myrciaria tenella
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Cereja - Eugenia mattossi
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