FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[Arzivenko]

Aqui está a segunda azaleia, minha preferida:

[Stuw]

Arzivenko uma duvida sobre esta ultima arvore, por acaso as raizes dela estão pregadas em uma madeira?

[Arzivenko]

Não Stuw, ela estava crescendo assim mesmo no local em que fiz o yamadori. Foi durante a demolição de uma casa velha de madeira, o casal de idosos j[a havia falecido e o comprador está construindo um edifício residencial. As azaleias devem ter lá seus 50 anos.

[Arzivenko]

Pessoal, vou pedir licença e fugir um pouco ao tema. Tenho uma história pra compartilhar:

Olá, meu nome é Willy, sou um gato siamês e minha história é meio estranha, cheia de reviravoltas. Não me lembro de meus pais, nem de onde eu nasci, minha lembrança mais antiga é de um tempo difícil que vivi. Eu era um gato de rua, já não enxergava bem com meu olho direito, acho que por isso era tão difícil achar meu lugar no mundo, mas aquele tempo eu prefiro não lembrar. Fui resgatado por uma gente legal, me levaram até uma clínica, foi lá que eu me tornei o gato que hoje sou, fui bem tratado e engordei, fiquei um bom tempo por lá, esperando que alguém fosse me buscar, mesmo que fosse bom por lá, eu queria uma casa só pra mim, todo dia entravam cães e outros gatos, todos olhavam feio para mim. Quando já tinha desistido de esperar me buscaram, chegou um dia que me levaram dentro de uma gaiola, mas eu fiquei firme, nem reclamei, já passei por tantas que não me assusto facilmente. Quando chegamos me deram água, comida e uma patente, como se eu ainda fosse um filhote, mas não fui mal agradecido e cuidei da minha higiene como já estava acostumado a fazer. Ali fiquei por três dias e três noites, em um quartinho, aproveitando o merecido descanso. Quando finalmente fiquei entediado eu subi na mesa, e da mesa fui para a janela, lá eu achei o que estava procurando, meu lugar no mundo. Era noite, e a noite foi feita para os gatos, aos poucos fui explorando aquele território. Quando ouvi um barulho me virei para olhar, estavam me procurando e me chamando, mas justamente agora que eu me achava em liberdade! É claro que fugi, passei o resto daquela noite vagando por ali, mais três dias e três noites se passaram, o vento, as plantas, os sons, tudo maravilhoso, voltava apenas para comer, então vagava novamente. Neste tempo conheci a Petisca, uma gatinha bonita que mora na casa ao lado, ela é difícil, mas aos poucos vou conquistando-a, tem também um gato amarelo de olho nela, é claro que a gente não vai com a cara um do outro, já brigamos algumas vezes e sei que vamos brigar muitas mais. Já fazia uma semana da minha chegada e eu comecei a sentir um arrependimento, eu estava sendo egoísta porque alguém estava cuidado de mim e eu não estava retribuindo. Quando ouvi o chamado de meu tratador resolvi dar as caras, conversamos um bocado, mas não cheguei muito perto porque não queria ser gato cativo novamente. Aos poucos nos tornamos amigos, me dou bem com ele, com a esposa dele e também com a vizinha, a tratadora da Petisca. Até pedi para entrar uma noite fria, só que gato que viveu na rua não gosta muito de conforto, eu prefiro é ficar ao ar livre, só assim me sinto realmente a vontade. Aprendi a atender os chamados de meus amigos, sempre que os ouço eu corro para ver o que querem, também porque sempre ganho uns afagos e uma comida gostosa. Gente, esta é minha história, por enquanto.

[Stuw]

aaaa ok Arzivenko parabéns cara as raizes dela estão muito lindas! tens um ótimo material ai!

[Arzivenko]

Esta é a terceira azaleia, não tão boa como as anteriores, mas que trabalharei em estilo bosque, ou balsa, dependendo o ponto de vista.



Na minha imaginação esta planta possui uma identidade visual do tipo "grove", um bosque bastante fechado com árvores centenárias. A exemplo, imagens da internet:

[Sergio Batalini]

Falaí , Arz...

Quanto tempo sem contatos... rsrrs Gostei muito das azaléias .. Mas da história do Willy, eu adorei ...

Mais um dote que nos revelas, alem de fotografo e bonsaista entre outros ..o dom tb da escrita.... com poucas linhas me apresentou o gato e sua vida , e o melhor de tudo, pelos olhos do proprio... ou melhor dizendo, pelo olho do proprio gato...

parabens e continue ...

[SEKI - Elio Luis Secchi]

Olá Arzivenko, satisfação em ver novamente tuas plantas. São azaléias de peso mesmo. Futuros bonsai de exposição. Ah! e o conto do gato, tá bem legal. Abraço
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SEKI - Élio Luis Secchi .'.
Busco a sabedoria dos mestres, mas continuarei sendo um eterno aprendiz .'.

[Arzivenko]

Bonsérgio que bom que gostou, o pessoal que cuidou do Willi queria novidades, então escrevi a história dele. Como sei que muitos daqui gostam de gatos aproveitei pra fugir um pouco ao tema.

Elio Luis Secchi eu já havia tirado algumas fotos das plantas, mas sem o devido capricho não era possível transmitir a real qualidade delas. Foi só neste final de semana que chamei o seu Luiz, pra me assessorar nas fotografias. Mesmo entre dois, usando padiola, o peso é grande. São ainda mais pesadas que aquela guajuvira que conheceste.

Agora tenho que refinar a estrutura, ano a ano, fazer uma bela limpeza no nebari, e por fim ficar refém do mesmo problema de sempre, potes grandes!

Quem sabe meu amigo Élio faz uns potes 50x50!

Abraços.

[Arzivenko]

Pessoal, hoje compartilho convosco esta acerola coletada de yamadori. Ainda vai ficar muito tempo recuperando-se livremente antes de qualquer intervenção.

Quando coletada:



Atualmente:

[Seph1903]

Arzivenko, olá!

Estas últimas plantas que postaste fotos (azaleia e acerola), noto que a colocaste em caixas com (pra mim!) pouco espaço para as raízes.
Em se tratando de plantas que estavam "free" e pela idade das mesmas,
como as têm mantido nesses primeiros meses, no que se refere à adubação, nessa quantidade de substrato? É muito forte, grande ou pequenas quantidades?

Sensacional as plantas...parabéns!
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"A natureza usa o mínimo possível de tudo." ( Johannes Kepler).

[Arzivenko]

Seph1903 as caixas são enormes, com 50x50cm, ja é bastante difícil manejá-las entre duas pessoas, usando uma padiola de madeira. As plantas coletadas eram realmente grandes, mas como fiz uma poda radical, eliminando 80% da massa da planta, ela não necessita de tanta quantidade de raízes. Garanto que mantive o maior torrão possível, caso contrário nem conseguiria move-los.

Como completei as caixas com substrato novo, elas estão bastante sadias e se desenvolvendo muito bem. Por enquanto não adubei, a primeira adubação será apenas em setembro, quando retornarem da dormência de inverno.

Eis aqui a segunda acerola (planta da esquerda na primeira foto):

[Seph1903]

Show de bola Arzivenko!
Abç
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"A natureza usa o mínimo possível de tudo." ( Johannes Kepler).

[Arzivenko]

Caros colegas, convido para que assistam uma entrevista sobre arborização urbana. O entrevistado sou eu, estrelando no youtube, hahahaha.

http://www.youtube.com/watch?v=aKMCjmxoVOk

[Arzivenko]

Esta é uma das guajuviras que vieram do Afonso Fengler, já faz um bom tempo que está comigo. Como é normal neste tipo de material, ela apresenta uma acentuada conicidade invertida e raízes adventícias.

Aos poucos estou fazendo o treinamento, a primeira meta é aumentar o calibre do primeiro ramo, por isto os galhos de sacrifício.