FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[nickyfury]

Na arte do cultivo de uma arvore miniatura dentro de uma bandeja, há duas visões possíveis, quando nos deparamos com a chance de utilizar um material de qualidade, como um tronco robusto e com formato interessante:

1) podemos fazer um penjing;

2) podemos fazer um bonsai.

A escolha entre uma linha de trabalho e a outra irá depender de uma série de fatores, é claro, sendo a principal a inclinação que o cultivador tiver para uma das duas formas de arte. A maioria de nós, que frequentamos o forum, geralmente escolhe o bonsai, dentro dos padrões japoneses clássicos, que há muito está inserido em nosso contexto cotidiano.

Ultimamente, porém, vemos cada vez mais trabalhos apresentando penjing, que como o bonsai, possui inumeras variantes e formas de formação. Nosso próprio anfitrião no forum, Dom Mario Garcia, é um eximinio mestre nessa "nova seara", e seu fiel escudeiro, Dom Bergson, chega com a criação de aparatos que visam enriquecer a construção dos penjing, apresentando mini cercas, casas, pontes, etc.

Por isso, talvez, ao nos depararmos então com um TRONCÃO, surja agora a dúvida cruel do que fazermos com ele. Ora, ainda que desponte nova vertende apontando os "novos" rumos dessa arte clássica chinesa, que é por sinal ainda mais antiga que o PUNSAI, o nome chines do BONSAI, ainda assim estaremos propensos a ignorar o penjing e seguir em frente com nosso projeto, ou melhor, nosso BONSAI. Mas, suponhamos porém que possamos optar pelo Penjing. O que poderíamos então intuir?

Bem, fiz uma pequena pesquisa e analisei diversos trabalhos, sendo que resolvi copiar algumas imagens de trabalhos com TRONCÃO e postar aqui, para todos possam apreciar e opinar a respeito. O que os nobres colegas têm a dizer sobre isso? Num momento em que tanto se tem discutido a respeito da arte bonsai, em que há muito se vem dissecando o chamado NATURALISTIC BONSAI, será correto optarmos pelo PENJING? Mas qual penjing, o penjing punsai, ou o penjing landscape?

Bem, a discussão certamente não irá cessar com esse post, bem sei, mas é uma boa forma de começar a inovar, e buscar, na arte chinesa, novos parametros e idéias para trabalharmos nossos TRONCÕES:













Ó dúvida cruel, o que fazer? Bem, os frutinhos, esses a gente sempre pode colar, né?

A safra atual, em nosso país, é de caqui, uma fruta que aprecio muitissimo, aliás. Por isso, vai um caquizeiro para findar o tópico:



Reparem na inadequação do vaso chinês: caracterização total de um penjing, por sinal, dentro da linha Punsai.
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que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


http://www.brasiliabonsaiclube.com (faça-nos uma visita, vc é sempre bem vindo)

[bergson]

Meu caro amigo Nicky,

Li e reli o texto, muito bom. Porém, não consegui vizualizar as fotos, não consegui dscobrir o porquê.
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[]s

Bergson
www.abelhaebonsai.com.br

[Alcides Junior]

Também não consegui visualizar nenhuma das fotos
Fiquei curioso.
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Abraços
Junior - General Carneiro
Paraná
A cidade mais fria do Paraná.
Associado da APB - Associação Paranaense de Bonsai.
盆栽、ライフスタイル。

[Mcdonald]

Eu tb não... acompanhando...
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www.macdonaldfernandes.wordpress.com

[Helio Mayer]

Também tô acompanhando... tenho um troncão que não sei o que fazer.
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"Posso não concordar com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo" Voltaire

[nickyfury]

Estranho não visualizarem essas imagens. Mas vou corrigir isso. Na mesma sequencia em que foram apresentadas, digam o que acham delas então:













E, por último, o caquizeiro:


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[Flavio Francisco]

Interessante. Tenho um ficus que não sabia o que fazer. Agora já tenho uma boa ideia.

[nickyfury]

Em todo caso, se o troncão não for tão troncão assim, podemos optar por transformá-lo em algo interessante igualmente, construindo um penjing punsai a partir de determinada posição, com o recurso de usarmos arames ou apenas podas de condução e formação, sem muita delonga. Nesse caso, o principal acessório será o vaso, que deverá ser usado como parte integrante, se não mesmo principal, do conjunto, realçando-o, chamando toda a atenção se possível, para destacar bem o trabalho, de forma a que, quando olharmos, apreciemos primeiro o vaso, depois a planta, mero acessório:


















Bem, espero que todos possam apreciar as imagens acima. É realmente interessante que, ainda hoje, os chineses busquem essas formas diferentes de trabalhar, como se com isso quisessem resguardar a memória dos trabalhos antigos, antes mesmo de quando os japoneses, copiando suas idéias, criaram a partir delas o que chamaram BONSAI. Analisando detidamente essas composições chinas, podemos reconhecer nelas a imensa diferença que existe entre o PUNSAI chinês e o BONSAI japonês.

Eu ainda prefiro o bonsai, seja ele dentro dos parametros rígidos da escola classica, seguindo seus estilos primorosos e cuidadosos, ou mesmo enveredando por outros caminhos, como o estudo do bonsaista sul africano, Charles Ceronio, que com seu trabalho inovou em muito a maneira de fazer bonsai, buscando como os japoneses, orientação quanto ao estilo adequando-o à natureza indomita de seu país. É sempre um referencial que nós, brasileiros, teremos que lidar, mais cedo ou mais tarde, quanto finalmente resolvermos explorar nossa natureza, adequando nossos trabalhos futuros a ela.

Enquanto isso, porém, é preciso buscarmos outros referenciais, o que se pode apreciar pelos trabalhos chineses que ora apresento, e que se enquadram numa categoria totalmente diferenciada daquela a que nos acostumamos. Em post anterior, ressaltei incluso alguns lindos penjing, que seguem uma outra variante, não podendo ser considerados punsai, mas sim, penjing landscape. Essa vertente busca embasamento na natureza esplendorosa, ficcional, em que o longíquo é a meta a ser atingida, pela visão acurada de seus artistas, que tentam recriar paisagens emolduradas por altos penhascos, montanhas ingremes, escarpas rochosas.

Nesse estilo de penjing classico, as rochas são o principal atrativo. Sobre elas se debruçam os artistas, selecionando as plantas menores para compor a paisagem em perspectiva. Ou então, buscam um enquadramento em que a arvore se destaca, mas há sempre uma presença humana ou animal próxima, uma miniatura, que "invade" o quadro vivo e se mantém à sua proximidade, compondo assim parte de um pequeno mundo, de uma paisagem complementar. A figura é parte da composição, mas a grandeza da arvore é sempre a presença mais forte do conjunto, como a ressaltar que a natureza até pode ser "dominada", mas ao final, irá sempre ser maior e mais forte, quiçá mesmo mais "eterna" que a miniatura a seu lado.

Acredito que aos poucos iremos assimilando essa forma exótica de arte. Se vamos adotá-la em nossos trabalhos, é algo a se considerar. Alguns poucos de nós, certamente, irá explorar esse "novo" filão artistico, que a meu ver possui um grande espaço que possibilita toda a sorte de criação artistica e um retorno considerável. Há muito o que ver, analisar, estudar, para aprender a lidar corretamente com sua acepção artistica diferenciada. Como frisei, o vaso, aqui, tem outra utilidade além de apenas manter a planta estabilizada. Por vezes, ele é o tema principal, e a planta, mero acessório ou complemento, que está ali como que "por acaso".

Num estágio em que estamos aprendendo sobre o uso correto do vaso no bonsai, a disposição dos acessórios como kusamono, kakemono e suiseki à volta do bonsai, para enriquecer e proporcionar maior beleza à mostra e exposição do bonsai, na contramão surge essa "novidade". Mas é preciso nos inteirarmos dela, conhecer um pouco mais essa linha de trabalho, senão para o adequarmos a algum material de que dispomos e que, por uma razão ou outra, não irá servir adequadamente para a construção de um bonsai, talvez sirva, então, para um penjing. Embora, claro, ao analisarmos o penjing, descubramos que para sua confecção os chineses não usam material "ruim", mas sim material de qualidade, escolhido "a dedo" dentre outros igualmente interessantes.

Mas eles são orientais, e sua visão é diametralmente oposta ao que nós, ocidentais, conseguimos "enxergar". Nossa visão é limitada, ainda.
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[Leandro Ferraz]

nao vejo as imagens
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Não são as espécies mais fortes que sobrevivem,
nem as mais inteligentes,
e sim as que respondem melhor à mudança.
(Charles Darwin)


Meu Facebook

[Márcio Friedrich Ribeiro]

Pensei que era só eu que não via as imagens, ufa me tirou um peso da consciência achei que tava ficando loco

também não visualizo!

[nickyfury]

Não sei o que acontece com essas imagens. Mas não há de ser nada. Caros foristas, não se apoquentem nem se amofinem, eis novamente as imagens, que dessa vez não irão "desaparecer":















Bem, espero que todos possam apreciar as imagens acima. Para compensar o atraso, eis mais algumas, "coletadas" no mesmo livro. O que mais me atraiu nessas, aliás, foram os lindos vasos:



















Apreciem com moderação....
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[Alcides Junior]

Show de postagem Fernando.
Essa achei parecido com um cachorro.


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Abraços
Junior - General Carneiro
Paraná
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Associado da APB - Associação Paranaense de Bonsai.
盆栽、ライフスタイル。

[Anderson Almeida]

Nicky

Cada vez aprecio mais esta arte o bonsai, ainda mais agora, essa que acabei de conhecer o (punsai), será que vc tem algum site, para conhecer melhor.
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No fim você começa a pensar no começo.

[nickyfury]

Anderson, eis alguns links interessantes para vc se divertir:

O primeiro trata-se de um forum, como o nosso. Clique nas imagens à direita, para abrir as paginas dos participantes, onde poderá visualizar os trabalhos deles e de outros cultivadores:

http://bbs.cnpenjing.com/space-uid-77762.html

Neste outro, clique na imagem para aumentar e nos numeros abaixo, para "virar" a pagina:

http://pic.huisou.com/i.html?keyword=%E6%A6%95%E6%A0%91%E7%9B%86%E6%99%AF%E5%9B%BE%E7%89%87

Bem, esses dois são os mais completos, e voce poderá achar muito material interessante com que formar uma opinião a respeito desse tipo de trabalho artistico.
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