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ESCRITOS DO DIA A DIA

LENDAS DO JAPÃO!
30.12.2011
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MensagemEnviada: Dom Maio 18, 2008 6:30 am    Assunto: Responder com citação

O Burro e o Ferreiro

Um dia, um velho ferreiro e seu neto decidiram vender um burro que possuíam.

Assim que chegaram na primeira vila, de imediato as mulheres começaram a rir.

— Ah há há há há...!

— Por que estão rindo assim?, perguntou o ferreiro às mulheres.

Estavam rindo sem parar.

— Por quê? Claro que deveríamos rir, velhinho... você ainda não notou que este burro está andando sozinho? Ninguém nele! Que situação ridícula! Você não acha que seria mais interessante se alguém estivesse montado nele?

— Vocês estão certas. Certamente seria melhor!

O velho ferreiro pensou, "Elas estão certas". Então, dirigindo-se ao neto, disse:

— Ei, netinho, suba no burro.

O ferreiro e seu neto continuaram andando pelas ruas da vila. Alguns velhos começaram a juntar-se em torno dos dois viajantes e estavam falando alguma coisa. Quando o ferreiro e seu neto pararam de andar, as pessoas disseram:

— Veja isso! Um velho andando e o menino montado no burro. Esta juventude de hoje... hã! É por isso que não gosto desta educação moderna...

— Que garoto sem educação!

Assim, ouvindo as chacotas do povo, o ferreiro ordenou ao neto para descer e ele mesmo montou no burro.

Andando mais um pouco, encontraram uma mãe sua filha pequena. A mulher parou de repente e disse, indignada:

— Que é isso?! que homem malvado! Imaginem... deixar o menino andar enquanto ele está montado no burro! Seria melhor ver os dois no burro, então!

O ferreiro imediatamente disse ao neto:

— Ela certamente tem razão. Monte você também aqui no burro.

E, mais uma vez, as pessoas da vila começaram a juntar-se em volta do burro.

— Como vocês são malvados! Imaginem só: dois homens em um burro. Vocês não têm dó do animal, não? Coitado... olhem só!

"Provavelmente eles estão com a razão", pensava o ferreiro, "portanto devemos descer do burro".

O ferreiro fez como havia pensado. Desceram do burro e começaram a carregar o animal sobre suas costas: enquanto o ferreiro segurava as patas dianteiras do burro, seu neto carregava as posteriores. A cena era um tanto bizarra, porque de todos os lados da vila podia-se ver um burro sendo carregado por um velho e um menino. Imediatamente os habitantes da vila juntaram-se em volta dos dois viajantes e do burro, gritando, em tom de deboche, e dizendo que eles eram loucos.

— Vovô, se você continuar em frente vai achar a ponte que leva para fora de nossa vila. Louco, vovô louco!!!

— Olhe isto aqui, senhora! Um ferreiro e seu neto carregando um burro nas costas! Loucos... ah há há há!!!

O ferreiro e seu neto estavam completamente envergonhados. Caminharam rapidamente para a ponte, que se estendia sobre um rio profundo e caudaloso.

Quando estavam no meio da ponte, saindo da cidade, as cordas que seguravam as madeiras do assoalho da ponte partiram-se ao meio e o burro caiu no rio. O ferreiro e seu neto só puderam ver o burro ser carregado pelas correntezas em direção às cascatas.

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MensagemEnviada: Seg Maio 19, 2008 7:38 am    Assunto: Responder com citação

O Morcego

Houve uma vez uma batalha entre os Animais e as Aves.

— Não podemos perder esta batalha! Vamos vencer!!!, gritavam o leão, o leopardo, o elefante e outros animais, que avançavam sem parar.

— Vamos descer rapidamente num vôo rasante e ganhar esta batalha!, gritava a águia para o falcão e para o gavião.

Enquanto a batalha ficava acirrada entre as aves e os animais, havia um morcego que não sabia para qual lado deveria se aliar. Estava confuso e não havia resolvido se deveria juntar-se aos animais ou às aves.

Depois de um tempo, o morcego decidiu alistar-se no time das Aves.

— Deixe-me lutar com vocês. Sabem, também tenho asas e vôo, portanto sou uma ave!

E o morcego juntou-se às Aves quanto estas estavam ganhando a batalha.

Logo o jogo mudou e os Animais começaram a ganhar a batalha. Estavam lutando bravamente, e o morcego pensou consigo mesmo: "Acho que deveria juntar-me aos Animais. Afinal de contas, sou um mamífero e, naturalmente, sou um animal. Não importa se tenho ou não asas... sou um mamífero!" E o morcego afastou-se das aves e começou a lutar junto aos animais.

Este vem-e-vai de acordo com a derrota ou vitória dos dois lados logo começou a perturbar os animais e as aves. Notaram que o morcego sempre estava lutando no time que estava ganhando. As aves, então, disseram:

— Não somos tolos, morceguinho. Sabemos que está sempre tentando ficar a salvo, lutando no time que ganha. Isto não está certo. Não gostamos de seres como você que não têm opinião e determinação. Tolo, você deve morar sozinho pelo resto de sua vida. Vá agora, morceguinho, e não fale com mais ninguém!

Depois disso, o morcego procurou um lugar onde poderia se esconder e nunca mais saiu durante o dia. É por isso que os morcegos preferem ficar escondidos enquanto há luz do sol, e só saem à noite.

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MensagemEnviada: Ter Maio 20, 2008 7:43 pm    Assunto: Responder com citação

A Corça e a Onça

Havia uma corça que morava nas florestas. Um dia decidiu construir sua própria casa.

Andava de um lado para o outro, procurando o lugar apropriado para a casa. Até que conseguiu achar o lugar adequado. Era um lugar muito agradável. À noite, uma brisa vinha de longe e havia um riachinho por perto.

"É um lugar realmente bom. Vou construir minha cada aqui", pensava.

E, com esse pensamento em mente, correu para buscar lenha e alguns galhos de árvore. A noite estava chegando e ele queria deixar a madeira lá.

Na floresta havia também uma onça muito grande. Um dia, ela decidiu construir sua própria casa.

Andou muito pela floresta e finalmente achou o lugar. Era muito agradável.

Mas a onça não sabia que esse lugar ficava bem em frente ao lugar que a corça havia escolhido. A onça pensou, "muito bom lugar! E, olhem só: há galhos de árvore, areia e lenha aqui. Não sei quem carregou tudo isto, mas... obrigado assim mesmo!" E carregou a lenha, os galhos e a areia para construir a base da casa.

A madrugada estava acabando e a onça foi embora.

A corça voltou para o lugar com o raiar do sol. Achou estranho encontrar a lenha, a areia e os galhos em um lugar um pouco diferente daquele onde ele havia colocado, mas pensou consigo mesmo, "obrigado, amigo invisível, que já adiantou o trabalho para mim". E a corça levantou as paredes da casa, e fez as janelas. Foi embora ao cair da noite.

Assim que a corça saiu a onça chegou. "Maravilhoso! Vim para construir as paredes da casa mas já estão prontas! Obrigada, querido amigo, que está me ajudando na construção da minha casa!" E, assim, a onça completou o teto e o telhado da casa.

Quando a madrugada ía alta, vendo que a casa já estava quase pronta, a onça foi embora mais uma vez.

E, como sempre, a corça chegou ao local assim que o sol deu seu bom-dia. Ficou extremamente surpreso ao ver o teto e o telhado prontos. "Há alguém me ajudando nesta casa", pensava, "e está ficando muito boa. Hoje vou trabalhar bastante e a casa ficará pronta!" E a corça trabalhou o dia inteiro.

Trabalhou tanto e ainda sobrou tempo para pintar as paredes, as portas e as janelas. A casa estava pronta, finalmente! Entusiasmado, entrou na casa e foi tirar uma soneca.

A onça voltou à casa quando a noite chegou. Ficou alegre como nunca assim que viu a casa pronta. "Obrigada a você, amigo invisível, que tem me ajudado a construir esta casa!", era o que pensava a onça o tempo todo.

A onça entrou na casa, feliz da vida.

O quê? Havia alguém dormindo na cama. A onça gritou, furiosa:

— Quem é você, estranho? Esta é a minha casa. Caia fora, já!

A corça levantou-se rapidamente; ele não estava com medo da onça, e respondeu-lhe, com força:

— E você, quem é VOCÊ? Esta é a MINHA casa. Dê o fora, agora!

A onça ficou brava pra valer:

— Esta casa é minha! Eu mesma a construí!

A corça não se intimidava frente aos dentes da onça:

— Esta casa é minha. Minha, entendeu?

E os dois começaram a discutir. Gritaram e gritaram de manhã à noite. Depois de tanto brigarem, decidiram dividir a casa e morarem juntos. Como a noite já estava alta e eles estavam exaustos, foram se deitar imediatamente.

A corça, entretanto, não conseguia dormir. Todas as vezes que se virava para o lado, tentando achar uma posição mais confortável, as garras da onça acabavam machucando suas costas.

A onça, da mesma forma, não conseguia pregar o olho um só minuto, porque os chifres da corça cutucavam seu lombo.

A noite foi terrível para os dois moradores, que não tiveram um momento de paz e sono.

No dia seguinte, a corça e a onça começaram a discutir novamente e corriam um atrás do outro, sem cessar.

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MensagemEnviada: Qua Maio 21, 2008 6:19 pm    Assunto: Responder com citação

Kasajizou

Há muito tempo atrás, em uma pequena aldeia do Japão, vivia um pobre velho e sua esposa. Um dia, quase próximo ao Ano Novo, a esposa olhou a caixa onde guardava seu arroz e percebeu que não havia mais nenhum grãozinho...
Eles estavam sem dinheiro nenhum e não havia sequer uma migalha de comida em sua casa...
Um ratinho saiu da toca e disse a velhinha: Eu estou com muita fome vovó!!! Puxa, me perdoe meu ratinho - disse a velha - nós não temos nada para comer!!! Então ela virou-se para o seu marido e lhe disse: Precisamos fazer algo... Até os ratos sentem fome!!! Foi então que decidiram fazer chapéus, juntamente com a ajuda dos ratinhos...
Conseguiram fazer cinco. Então o pobre velhinho foi até a cidade vender e poder assim, conseguir um pouquinho de dinheiro para passar o fim de ano... Era uma longa caminhada até a cidade, mas sua força de vontade lhe dava ânimo para suportar aquele frio e a fina neve que caia.
Chegando a cidade, o velhinho começou a gritar: Olha o chapéu!!! Quem vai querer???
Ofereceu a um casal, mas a única resposta que ouviu foi: Para que vou querer isso??? E assim, passou o dia... Nenhum chapéu foi vendido e o velhinho começou sua caminhada de volta para casa, triste por não ter conseguido nenhuma moeda sequer...
A neve estava começando a ficar mais forte... No caminho encontrou as Estátuas de Pedra de "Jizo-Sama" com a cabeça já cobertas de gelo... Então pegou sua toalha e cuidadosamente
começou a retirar a neve de cada um deles, ao mesmo tempo em que dizia: Infelizmente não tenho dinheiro para comprar comida e dar à vocês nessa festa de Ano Novo, pois não vendi nenhum chapéu sequer... Mas vou deixá-los aqui para protegê-los da neve!!!
O velhinho então, pegou o chapéu e começou a cobrir a cabeça de cada um, mas eram 6 estátuas e só tinha 5 chapéus... Puxa, vai faltar um chapéu... Que vou fazer agora??? Não posso proteger a cabeça de apenas 5 e deixar um desprotegido!!! Então o velhinho pegou a toalha com que havia limpado as estátuas, colocou na cabeça do sexto Jizo Sama e lhe disse:
Me perdoe, pois faltou um chapéu... Mas não posso partir e deixar você desprotegido, por isso colocarei essa toalha em sua cabeça. E continuou sua caminhada de volta para casa...
Chegando em casa, a esposa viu que seu marido estava sem os chapéus e ficou feliz, achando que ele havia vendido todos!!! O marido meio sem jeito disse: Na verdade eu não vendi nenhum, apesar da cidade estar cheia de pessoas... Mas então, onde estão os chapéus???
- perguntou a esposa - Eu encontrei as estátuas de Jizo Sama no caminho e como a neve estava muito forte, deixei com eles para que se protejam.
Sua esposa ficou orgulhosa de seu marido e disse: Que gesto nobre!!! Passaremos o Ano Novo sem comida, mas o mais importante é que, apesar de sermos pobres, temos uma casa para nos proteger do frio e vivemos com saúde!!! A noite chegou... Já estavam deitados, quando ouviram vozes: Entrega de Ano Novo!!! Onde é a casa do vendedor de chapéu???
Abra a porta vendedor!!! Levantaram correndo e ao abrir a porta depararam-se com muitos sacos de arroz e comidas em abundância para passar o Novo Ano com a mesa farta!!! Havia um bilhete escrito: "Obrigado por seus chapéus. Nós estamos retribuindo sua boa ação, com esses mantimentos. Feliz Ano Novo!!!" Olharam em volta e viram 6 vultos caminhando sobre a neve... Eles estavam usando seus chapéus e concluiu ser as estátuas de Jizo Sama.
Felizes da vida, chamaram os ratinhos e começaram a preparar a comida. A mesa estava farta e quando preparavam-se para comer o velhinho disse: "Obrigado Jizo Sama!!! Esse será o melhor Ano Novo de nossas vidas!!!"

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MensagemEnviada: Qui Maio 22, 2008 6:35 am    Assunto: Responder com citação

Shitakiri Suzume

Era uma vez um certo lugar onde morava um casal de velhinhos. O velhinho ia todos os dias às montanhas colher gravetos. Na montanha, o velhinho deixava o almoço que a velhinha preparava embaixo de uma árvore. Certo dia, quando chegou a hora do almoço e o velhinho preparava-se para abrir o almoço, levou um susto. Dentro do embrulho, havia um pardal dormindo. O pardal havia comido o almoço do velhinho e estava tirando uma soneca. O velhinho pegou aquele gracioso pardal e levou-o para casa. O velhinho e o pardal se davam muito bem, por isso estavam sempre juntos.
Na hora do serviço, mesmo na hora das refeições, o pardal estava próximo ao velhinho, ora subindo no seu ombro. O velhinho gostava muito do pardal e colocou-lhe o nome de "Tchun" e sempre estava a brincar com este. Um certo dia, o velhinho foi para a montanha e deixou Tchun em casa. A velhinha preparou uma espécie de goma (usado para engomar roupas) e foi ao rio lavar roupas. Tchun, sozinho em casa experimentou um pouco. Ele achou que a velhinha com certeza iria dar bronca, mas mesmo assim, como a goma estava muito gostosa, ele comeu tudo. A velhinha, quando voltou do rio e viu que a goma que ela tinha preparado havia acabado, ficou muito brava e perguntou: – Quem foi que comeu a goma que eu preparei? E vendo que o bico do pardal estava lambuzado do mesmo produto, disse: - Este pardal malvado! Assim, a velhinha pegou o pardal e com uma tesoura, cortou sua língua e tocou-o para fora de casa. O pardal então voou para longe.
Algum tempo depois, o velhinho voltou da montanha e chamou o pardal, Como este não apareceu, ele perguntou: - Ei mãe, onde está o Tchun? - Aquele pardal malvado comeu toda a goma que eu preparei, por isso eu cortei sua língua e o expulsei de casa, respondeu a velhinha. - Onde já se viu uma coisa dessas! Você foi muito má.... Dizendo isso, o velhinho foi à procura de Tchun. O velhinho começou a caminhar pela floresta gritando pelo Tchun. Depois de muito tempo, Tchun apareceu e levou o velhinho para sua casa.
Chegando na casa do pardal disse: - Tchun a velhinha foi muito má e vim me desculpar. O pardal que o velhinho gostava muito, ficou contente e convidou o velhinho para dentro e fez um banquete para ele. Ambos estavam muito felizes e conversaram bastante. O velhinho preparava-se para levar Tchun para casa, quando o pardal disse: - Eu não posso mais encontrar a velhinha. O velhinho ficou triste e ao mesmo tempo, compreendeu o pardal. Sendo assim disse: - Eu tenho que ir embora.
O pardal, então, trouxe duas cestas e disse: - Ei velhinho, por favor leve uma lembrança. Escolha entre a cesta grande e a cesta pequena.– Eu sou velho, por isso é melhor pegar a pequena, disse o velhinho, que pegou a cesta e voltou para casa. Quando chegou em casa, o casal de velhinhos abriu a cesta e ficaram espantados: dentro da cesta havia ouro, prata e muitos tesouros e o velhinho contou à velhinha da sua jornada e a velhinha ficou brava: - Por que você pegou a cesta menor? Eu vou lá e pegarei a cesta maior!
Ao chegar lá, o pardal perguntou-lhe: - Ei velhinha, por que veio até aqui? - Eu cuidei de você um tempão e por isso também mereço um presente, disse a velhinha. O pardal ofereceu-lhe um banquete e, então a velhinha disse: - Eu não tenho muito tempo, por isso traga-me o presente. O pardal então trouxe as duas cestas, dizendo: - Fique à vontade para escolher entre a cesta grande e a cesta pequena. - Eu tenho pernas ágeis por isso levarei o cesto grande, disse a velhinha pegando o cesto grande e deixando a casa do pardal.
Depois de um tempo a velhinha ficou cansada e por isso resolveu descansar um pouco. A velhinha ficou com vontade de ver os tesouros que haviam no cesto, lembrando-se que o pardal recomendara: - Não abra o cesto antes de cheegar em casa. Mas a velhinha, não agüentando mais de curiosidade abriu o cesto. De dentro do cesto, cobras e muitas criaturas malignas saíram do cesto. A velhinha que cortou a língua do pardal levou um susto tão grande que seu coração parou de bater.

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MensagemEnviada: Dom Maio 25, 2008 4:22 am    Assunto: Responder com citação

KIN NO ONO ( Machado de ouro )


Era uma vez um casal de idosos que viviam sozinhos numa cabana construída ao pé de uma montanha. Um dia, o velhinho subiu a encosta em busca de lenha. Mas quando cortava uma árvore, o machado acabou se desprendendo do cabo, e caiu no lago que se formava sob uma cachoeira. Ele desceu até a margem, preocupado em recuperar aquela importante ferramenta de trabalho.
Enquanto se debruçava sobre as águas, o velhinho viu uma grande carpa de aproximando, trazendo um machado de ouro na boca. O peixe parou, oferecendo-lhe a peça. Mas o velhinho era honesto demais para aceitar algo que não lhe pertencia. “Mas meu machado é de ferro”, disse. Ao ouvir isso, a carpa mergulhou novamente, voltando com a peça de ferro, já gasta pelo tempo. O homem agradeceu e retornou para casa.
Mas no dia seguinte, ao acordarem, os dois levaram um susto : o machado de ferro havia se transformado em uma peça de ouro maciço. Eles ainda estavam comemorando o acontecimento quando sua vizinha veio bater à porta para pedir emprestado um pouco de lenha. Ao ver a peça de ouro, os olhos da visitante brilharam, cheios de cobiça : “Onde vocês conseguiram isso ?”perguntou. Então, o velhinho explicou toda a história.
A vizinha correu para casa, e contou o episódio para o marido, e pediu-lhe que fosse até a montanha cortar a árvore, no mesmo local onde o velho tinha ido. Ele foi e fingiu que estava cortando o tronco de uma árvore. De repente, deixou cair o machado dentro do lago. Ao chegar à margem, viu a carpa gigante trazendo a ferramenta. “Mas meu machado é de ouro”, disse ao peixe. A carpa mergulhou e aproximou-se dele com uma peça reluzente na boca. O homem mal conseguia se conter. Ansioso para colocar as mãos no machado de ouro, acabou se precipitando e caiu no lago, morrendo afogado.

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MensagemEnviada: Dom Maio 25, 2008 4:24 am    Assunto: Responder com citação

Junishi ( Os doze signos chineses )

Há muito tempo atrás, deus anunciou a todos os animais que escolheria doze deles para uma tarefa especial : cada um protegeria os seres humanos durante um ano. Disse-lhes então que deveriam ir ter com ele em 12 de janeiro, quando decidiria sua seqüência, segundo a ordem de chegada.
Os animais esperavam ansiosamente por esse dia, mas parece que o gato andava muito esquecido e não conseguia lembrar-se da data marcada. Encontrou-se com o rato por acaso na rua mas este, como quisesse chegar antes, disse-lhe que o dia era 13.
Quando o rato voltou para casa ( que ficava no esteio de um estábulo ), viu que a vaca estava se preparando para sair e dizia : “Sou tão lenta que tenho de partir esta noite, ou não chegarei lá em tempo”.
O rato, que era ladino, teve uma grande idéia : escondeu-se nas costas da vaca, no meio das coisas dela. Viajaram a noite toda, até que chegaram ao palácio de Deus. A vaca estava muito feliz, achando que era a primeira, mas, nesse instante, o rato pulou na sua frente e ela acabou chegando em segundo lugar.
No dia seguinte o gato chegou esbaforido ao palácio mas, apesar de ficar sabendo que tinha sido enganado pelo rato, ficou fora do grupo dos doze animais.
Por isso é que gatos e ratos, até hoje, não se dão bem !

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MensagemEnviada: Seg Maio 26, 2008 9:44 am    Assunto: Responder com citação

Os sete samurais

Era uma vez, no interior do Japão, um grupo de terríveis ladrões que se escondia no topo de uma montanha quase sempre coberta de nuvens, onde soprava um vento forte e as tempestades eram freqüentes. Esses ladrões viviam em uma larga caverna, que era o esconderijo de todos os tesouros que eles roubavam. O bando atacava as vilas, matava as pessoas e incendiava as casas, depois de tirar tudo o que tivessem de valor. Por onde o grupo passava não restava nada além de mulheres e homens chorando, ruínas fumegantes, miséria e desolação.
O imperador, preocupado, havia enviado seus melhores soldados para atacar a montanha, sem qualquer resultado. O soberano, então, mandou chamar um dos últimos samurais, o velho Raiko, e disse-lhe:
- Raiko, você me serviu por todos esses anos. Eu lhe dou agora um último trabalho: vá até a montanha com um exército e destrua aqueles malditos bandidos!
Mas Raiko suspirou:- Majestade, se eu fosse jovem de novo eu cumpriria sozinho esta missão. Mas, hoje, sou um velho muito velho, velho demais para fazer esse serviço mesmo com um poderoso exército ao meu lado.
- Então, o que devo fazer? - perguntou o imperador. Devo deixar que os bandidos continuem a saquear nossas terras e a matar nossa gente?
- De jeito nenhum -, exclamou o velho, - eu irei até a montanha com mais seis Samurais iguais a mim.
- Mas, se eles são tão velhos quanto você, como poderão ajudá-lo? - perguntou o imperador. - Tenha fé em nós -, foi o quee disse Raiko.
Alguns dias depois, os sete samurais partiram para a montanha vestidos como humildes peregrinos. Lá do alto, os ladrões viram o grupo, e o chefe deles disse: - Quem se importa com sete mendigos? Deixem que eles subam até nós.
Os sete samurais disfarçados chegaram ao topo do monte, e Raiko disse:
- Deixem-nos entrar, está frio aqui fora. Sopra um vento forte, e nós somos apenas um bando de velhos - não vamos causar problemas.
O chefe dos ladrões respondeu: - Venham, velhos, e abriguem-se em um canto.
E assim, os sete samurais entraram no esconderijo dos bandidos, ficando em um canto enquanto os ladrões comiam a comida que haviam roubado de mais uma pobre aldeia. De vez em quando, eles atiravam pedaços de carne e restos para os peregrinos. Passadas algumas horas, Raiko se levantou e disse:
- O vento parou. Podemos partir agora. Para agradecer por sua hospitalidade, porém, gostaríamos de oferecer a todos vocês esta bebida - é saquê, uma espécie de vinho feito com arroz. Bebam conosco! E assim fizeram, contentes, os bandidos.
Em segundos, não sobrava mais nada da garrafa que Raiko entregou aos ladrões. E, também em segundos, todo o grupo de bandidos estava bem morto, estendido no chão da caverna: o saquê que Raiko lhes havia oferecido tinha sido sabiamente envenenado com um poderosíssimo veneno. E assim, sete velhos samurais, velhos demais para montar a cavalo ou usar uma espada, puderam servir o seu imperador pela última vez.

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MensagemEnviada: Ter Maio 27, 2008 12:04 am    Assunto: Responder com citação

Amigos,

Hoje conclui a postagem das lendas japonesas, pois todas as que possuia coloquei no fórum.

Espero que muitos tenham se divertido com esses textos e peço a quem tiver mais alguma lenda que complemente este tópico.
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darkaso
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MensagemEnviada: Ter Maio 27, 2008 7:20 pm    Assunto: Responder com citação

Bergson,


agradeço por ter nos apresentado com tantas histórias maravilhosas que muito além de entretenimento são ensinamentos para qualquer época da humanidade. Sempre nos ensinando a humildade, a honestidade, caridade e o desapego acima de tudo. Com certeza se todos que leram as lendas adquiriram um mínimo de conhecimento delas, vamos ter vários outros colegas disseminando a bondade pelo Brasil.


obrigado amigo!
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Nada lhe pertence mais que seus sonhos - Friedrich Nietzche
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Matheus 31
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MensagemEnviada: Qui Jul 30, 2009 12:49 am    Assunto: Responder com citação

Existe uma comunidade no orkut , acho que se chama terror japones, la tem muitas lendas em um topico de lendas Very Happy
Vocês poderiam olhar por la se quiserem, vi que tem coisinhas diferentes Smile
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DigoF3
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MensagemEnviada: Sex Jul 31, 2009 2:13 pm    Assunto: Responder com citação

ola, muito legal adóro este tipo de conto.

obrigado
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TARCISIO DIAS
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Localização: São Sebastião-SP

MensagemEnviada: Ter Out 20, 2009 8:57 am    Assunto: Responder com citação

Maravilha! demorei pra chegar nesse tópico, mas enfim cheguei e agora me arrependo de uma coisa só... DE NÃO TER VISTO ELE ANTES.
Boa leitura, quando a gente começa não quer mais parar e quando acaba fica um gostinho de quero mais, parabéns mesmo!!!
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