FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[darkaso]

Amigos,


li todas as mensagens postadas. Cada uma delas traz a essência daquele que a postou. a simples defesa de seu ponto de vista coloca aquilo que é, e ainda como vemos todos os dias uma ou outra árvore daqueles que postaram, mais ainda se compreende o que cada um pensa. Claro que dentro desse ambiente não se é capaz de saber o pensamento do outro, mas sua vertente na vida e na arte. Todos tiram dessa arte uma grande lição, a da busca. Seja pela perfeição, técnica ou moderna, seja pela simples ocupação, através da técnica ou da simplicidade, todos estão buscando a mesma coisa: a propagação, a semeadura de uma arte, de uma filosofia, de uma possibilidade, que seja para todos(e todas) como algo que lhe acrescente, que some e que cresça dentro dele como aquilo que lhe faz feliz. Nada mais importa do que estar bem, consigo primeiro, e com aqueles que gostamos. Se estamos seguindo uma vertente ou outra pouco importa. Importa mais esse encontro diário que temos, que nos completa, a simplicidade com a técnica. A técnica que não deixa que a viagem seja no espaço, "vá só até nova iorque"!!! A simplicidade que não deixa que a testa enrugue de tanto contemplar compenetradamente a planta até checar todos os pontos positivos e negativos da árvore. Porque ela tem que ter pontos positivos e negativos?

O mais importante é essa união, norte, sul, sudeste, nortdeste, centro-oeste. Essa comunhão diária da arte, e coloco arte como algo que cada um pode escolher sua vertente, mas que nos permite esse contato com o outro, que por mais longe que esteja, que só o toque das teclas é que se encontrem, nós estamos todas ligados por uma arte que nos faz mais humanos, e nos dá possibilidade de errar, acertar, aprender, errar de novo. Mas acima disso diz que não estamos sozinhos, do outro lado alguém está lendo aquilo que escrevi. Este fórum é o máximo!!! Obrigado a todos que participam dele.


Abraços, muitos abraços!!
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Nada lhe pertence mais que seus sonhos - Friedrich Nietzche

[Illex]

Olá Darkaso,

Belissimas palavras amigo. A sabedoria é algo que temos que primordiar, e voce a tem. Temos de ter humildade, de ter sensibilidade e acima de tudo companheirismo, com nosso amigos, que a cada dia que passam, compartilham mais de seus conhecimentos e duvidas conosco, realmente é algo muito importante. T+ amigo.

Abraços:

Illex
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"Quem tem prática e realmente entende de Bonsai não critica um Bonsai feito por outro. Existe a técnica, mas também existe o sentimento de cada pessoa."

Mestre do Senhor Takeshima

[bs_freitas]

...so posto para notificar minha presença,pois não tenho a declarar,tudo ja foi dito.Mário obrigado pela grande habilidade de expisição de idéia,nos ajudou bastate.
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Bonsai para sempre....

Bruno S.Freitas

Site: http://br.geocities.com/bahiabonsaiclube

Yahoo Grupos: http://br.groups.yahoo.com/group/salvadorbonsaiclube/

bs_freitas@hotmail.com

[Giovani de Souza Andrade]

A todos os amigos,


Se tem um tópico que tocou nos meus sentimentos mais profundos foi este, incrível e impagável, SIMPLESMENTE OBRIGADO A TODOS E PARABENS!!!!!

[Jonatã Fernandes Leite]

olá para todos , andei meio sumido por dificuldades pessoais mas volto a ler aos poucos
caro Mário!
sinto o mesmo sobre o que disse, por ex.: a frente da planta.
Quando ouvi sobre isso a 1ª vez achei estranho, embora hoje entenda o
que é, ainda lembro do sentimento que tinha: uma árvore em miniatura
de todos os lados, para se pegar e rodar ao ver com a mão. - pensava
(sem dizer as palavras nem mentalmente) : na natureza não é de todos
os lados que achamos bonitas as árvores - ´(aí falava) : não
existe isso(a frente) não!
sinto isso até hoje, é, ainda .... encaro qualquer regra ou técnica como
o que foi descoberto no decorrer dos anos para nos ajudar a chegar no
resultado, mas como também o que vai fascilitar o caminho, sendo a
maior diversão o aprendizado dos dois - as técnicas e a prática.
sou muito grato por tudo de sua iniciativa Mário.
obrigado e até logo!
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Jonatã F. Leite
colecionador e aprendiz e praticante

[Mário A G Leal]

Bs_Freitas, obrigado por me permitir saber que pude ajudar.

Giovani, que bom que isto tenha acontecido!

Jonatã, muito bom que tenha voltado.

Grande abraço a todos
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Seu amigo no bonsai
Mário A G Leal

[Charles]

Oi pessoal....

Minha ausência no fórum me impediu de ver um tópico rico como este!

Apenas a título de ilustração vou tomar algumas colocações feitas acima:
- regras rígidas X liberdade de expressão,
- satisfação unicamente pessoal X exposição em concursos,
- certo X errado

Penso não haver dúvidas de que as regras foram criadas por grandes competências, ao longo de séculos. Foram e são seguidas por outras tantas competências, visando o atingimento de uma harmonia estética dos bonsai.
Portanto, me parece dificil negar sua importância.

Vou colocar 2 situações:
1- um bonsaísta que tem um certo (ou um bom) conhecimento das regras
2- um bonsaísta que pratica um estilo livre, sem se prender a regras, ou mesmo, sem conhecer um pouco delas.

- No primeiro caso, a grande vantagem que vejo é que o bonsaísta sabe exatamente qual "infração" estará cometendo e o "porque". A quebra de regra terá sido, então, praticada para evitar um mal maior, caso fosse segui-las. Ou seja, terá sido uma opção consciente. E penso que isto faz parte de uma evolução sob controle, não por acaso.

- No segundo caso, certamente os bonsaístas se sentem bem com seus bonsai, criados de forma livre, caso contrário não fariam assim! E a isso, dou também um valor importante!
O senão que vejo neste caso, é que a evolução (se desejada!), dificilmente ocorrerá, pela simples ausência de referências (regras!)!

Penso ainda o seguinte (apenas minha opinião):
1- para se quebrar regras, temos que primeiro conhecê-las!
2- conhecer as regras nos dá uma infinidade de opções de quebrá-las, porém, sabendo das vantagens de fazê-lo
3- depois de conhecer as regras (ao menos as básicas) e dominá-las, elas podem ser vistas apenas como boas e importantes referências, e não um gêsso que dificulte o exercício da criatividade!

Arriscaria dizer que Kimura, ao criar e ter mundialmente reconhecido seu estilo, quebrando grande parte das regras estabelecidas, deve ser um profundo conhecedor das regras tradicionais do bonsai! Sem dúvida, também um criador de novas regras!

Portanto, mesmo sendo regras, são dinâmicas, e sua quebra consciente me parece ser um grande e saudável exercício de criatividade!

Pessoalmente acho importante e recomendo a todos os bonsaístas o domínio básico das regras! Falo isso também para me motivar a conhecê-las melhor!!!

Prá confundir um pouco mais... um viva às regras... um viva à criatividade!

Abraço,
Charles

[murilo]

No segundo caso, o bonsaista tem como refencia seus trabalhos anteriores, e evolui com isso.

Não sou contra as regras, mas pouco as uso. Minha inspiração é a natureza.

[Charles]

[murilo]

É isso mesmo.
Hoje eu não fico atento às regras, mas daqui a alguns anos posso mudar. O importante é se sentir bem no que fazemos, e trocar aqui as experiências.
Abraços,

Murilo

[duprat]

Lendo este tópico tudo em mim clama por não começar a falar para não ficar difícil parar. Tantos riscos e possíveis distorções se escondem em cada conceito colocado... tantos parênteses poderiam ser colocados.... entretanto, compreendi perfeitamente o sentido pretendido por cada um e concordo com todos.
De minha parte, entretanto, não acredito que a técnica se oponha a criação, nem a razão se oponha a emoção, ou a natureza a cultura humana legada pela tradição. Como tampouco acredito que o corpo seja distinto da alma. Não estou propondo um pensamento que unifique estes conceitos opostos. Pelo contrário, acredito que haja a possibilidade de desenvolvermos um pensamento que ainda não separou estes conceitos em pares opostos. Pensar que na origem tudo é um.
Os ocidentais aprenderam a pensar através deste artifício de criar opostos, mas isso não pertence a natureza das coisas. Nietzsche dizia “não existe quente e frio e sim uma diferença de temperatura.” De fato 10 abaixo de zero é quente em relação a 50 abaixo de zero. O que é frio para o homem não o é para um pingüim. O marco que separa o quente do frio é uma criação do homem e, diga-se de passagem, junto com Nietzsche, do homem que está no poder. O mesmo acontece com o bem e mal, a verdade e a mentira, o belo e o feio, o certo e o errado, razão e emoção, técnica e criação .... nada disso pertence a natureza das coisas mas tão somente a um exercício intelectual do homem ocidental.
Alguém poderá objetar que os orientais têm também seus pares de opostos como o yin e o yang. Mas quem conhece um pouco da cultura oriental sabe que yin e yang não são de modo algum opostos como o são o certo e o errado para o ocidental. Yin e yang formam uma unidade, uma co-pertença mútua.
O exemplo mais esclarecedor desta outra perspectiva de pensamento encontrei no “Manual de pintura do jardim da semente de mostarda” republicado pelo chinês Mai-mai Sze (1957). Lá encontramos os seis cânones, ou regras básicas, da pintura, das quais gostaria de destacar somente as duas primeiras.

1. Ch´i yün sheng tung. A tradução que tenho é a seguinte: A ressonância do espírito que traz o movimento da vida.
2. Ku fa yung pi. Estrutura do osso, uma técnica de pincel.

Não é curioso? O mais transcendental seguido pelo mais objetivo. Os chineses tinham pinceladas especifícas para pintar bambu, montanhas, flores... mas sem a ressonância do espírito elas seriam meras cascas mortas. Bonsais de plástico (que horror). Por outro lado é impossível captar o espírito da vida sem a técnica do pincel. Não se trata aqui de dominar, a técnica como logo imaginamos ocidentalmente, mas de deixá-la a vontade para ela possa refletir e deixar fluir o espírito da vida. Creio que o domínio, o controle, subjugar a pincelada a uma tradição, mata qualquer possibilidade de acesso ao espírito da vida e assim todo o verdadeiro sentido da técnica. Creio que foi isso que o Mario chamou a atenção quando afirmou que algumas pessoas se deixam levar pela tecnicidade. Sendo ainda mais especifico na minha posição; a técnica da pincelada não é mero meio dominado de expressão do Tao. A ressonância do espírito e a técnica do pincel devem ser uma e a mesma coisa. Daí a festa, a mágica, a pincelada viva, o estilo (cultura) natural (vida).
Bem, quem veio até aqui lembre que eu disse que não devia começar... é que me apaixonei pela arte do bonsai porque justamente esta unidade se impõe ainda mais do que na pintura (minha profissão de fato). Que diabo, a árvore que trabalhamos sabe mais sobre o espírito da vida que nós. Nossa posição é humilde. Trata-se antes de ouvir o que ela tem a dizer, ouvir "a natureza que ama se esconder". Acompanhar solícito e obediente suas disposições para sairmos desta relação um pouco mais sábios e apaixonados pela vida. A técnica que não leva isso em consideração está destinada a matar muitas árvores e se extinguir. A outra a evoluir e se transformar.

E ..................................... ........................................
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Grande abraço.
(Heráclito de Efeso Frag. 84) "Tranformando-se, repousa".
Diria também: Bonsai: transformando-se repousa.

Duprat

[Antonio Castro]

Olá

Parabéns a todos, pelo excelente tópico

Bom aproveito para colocar um link, onde numa conversa entre amigos...temos estado a debater o mesmo tema (ou semelhante), senão o mesmo que duprat acabou de referir, como coloquei lá este tópico daqui, e caso não se importem, de ambos os lados , coloco o de lá tambem.

Duprat gostei

http://www.armleg.com/forum/viewtopic.php?t=245&postdays=0&postorder=asc&start=0&mforum=cbsforum

[ ]s

Castro
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Bonsai não é o nome, mas sim o despertar