Estilos
  	
    
    O BONSAI E OS SEUS ESTILOS
    
	
         	O principal objetivo dos estilos é representar em pequenas árvores toda a
		  	realidade das árvores na Natureza. Pequenas réplicas. Quanto mais
			tivermos a sensação de uma pequena árvore mais estamos nos
			aproximando do verdadeiro bonsai.
          	Existem um sem número de desenhos de árvores na Natureza que podem
			ser imitados. Seria inviável, quase impossível, dar nomes a   todas estas
			variações. Assim, os japoneses, de uma forma bastante criteriosa,											
            definiram alguns "Estilos" que representam a quase maioria destas formas	
            naturais.
          	Para um estudo aprofundado desta matéria, indico o livro de Charles S.
            Ceronio, "BONSAI STYLES OF THE WORLD", livro este onde busquei alguma
			ajuda para desenvolvimento desta matéria. Ocorre, muitas vezes, num
			bonsai com um estilo predominante, a presença de características de
			outros estilo. Não é o caso de aprofundamentos neste trabalho que tem
			finalidade de informar o básico nos estilos. Aos interessados, o livro de
			Charles trará luz a todas estas variações.
  			
	
SOBRE OS   DESENHOS 
  			
	
        	Todos os   desenhos desta matéria foram realizados, a
			meu pedido, pelo artista MARCELO DUPRAT, do Rio de
			Janeiro-RJ, para o Atelier do Bonsai. O Marcelo
			preenche esta lacuna com os seus desenhos dos
			ESTILOS DO BONSAI, que tanto faziam falta, para a
			adequada apreciação e compreensão, aos usuários do
			Atelier do   Bonsai. Obrigado por sua   participação e
			generosidade!
   			Marcelo Duprat, é pintor, professor e coordenador do curso de Pintura da
			Universidade Federal do Rio de Janeiro.   Mestre em História e crítica da
			Arte.
   			
    		Home Page
 			http://www.marceloduprat.net 
  			
  			
            
CHOKKAN - Ereto formal
    
    
    		
	Um tronco ereto, vertical, é
	 basicamente o estilo CHOKKAN. 
    		Os galhos devem ser
            arranjados alternadamente um
            de cada lado com o terceiro sempre para a parte   posterior da árvore. 
    Os   galhos irão diminuindo de tamanho a medida que ficam mais 
    altos. É aceita uma pequena inclinação.   Árvores mais velhas 
    poderão   ter os galhos rebaixados, enfatizando a idade da 
    árvore que mostra sentir o peso dos anos que   passaram. Para 
    iniciar na   Arte Bonsai todos deveriam começar com este estilo 
    e, quando tiverem muitos anos praticando voltar a   êle.
  
  
  MOYOGI - Ereto   informal 
  
  
  Esta é uma variação do estilo   acima mas com a vantagem 
    de   ser muito mais fácil de desenvolver. A estrutura dos galhos 
    deve seguir as mesmas condições comentadas   acima mas 
    o tronco fará   algumas curvas. Os galhos devem sair da parte 
    externa das curvas. O visual ficará mais harmônico se   o 
    ápice fizer uma pequena   inclinação para frente, assim 
    como uma reverência ao observador.
    
  
  SHAKAN -   Inclinado
  
  Shakan, é uma outra variação do   estilo CHOKKAN, com a  
    diferença de que não é vertical e o tronco poderá ter   algumas  
    curvaturas ou seja,   não é necessário ser reto. É importante  
    observar que as raízes devem ter mais força no lado   contrário  
    da queda da   árvore. Isto mostrará que a árvore se adequou  
    para sustentar-se. O nebari, que é o ponto de   encontro do  
    tronco com o   solo, é bastante significativo neste caso.  
    Observe a figura ao lado. Este estilo ocorre com   frequência na  
    Natureza.
  
    HAN-KENGAI -   Semi-cascata
  
    Este estilo, Han-Kengai, é   facilmente encontrado em  
    precipícios montanhosos ou precipícios a beira-mar.   Simboliza  
    árvores que se   agarram a uma face de precipício onde elas são castigadas pela neve e   vento. 
    O estilo cascata é   muito popular na China.  
    A   regra que não ser quebrada é a de que o ponto mais baixo  
    da árvore deve estar abaixo da borda do   vaso mas, acima do  
    fundo do   vaso.
    Veja uma situação em vaso e uma em ambiente natural:
  
  

  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  KENGAI - Cascata 
  
  
  
  O Kengai, tem as mesmas   características do Han-Kengai. 
    O estilo cascata é muito popular na China. Entretanto as  
    cascatas japonesas tem a aparência mais   suave comparada  
    com as   dramáticas cascatas chinesas. 
    A regra que não pode ser quebrada, neste estilo, é a de que   o  
    ponto mais baixo da árvore   tem que estar abaixo da base do  
    vaso. 
    Veja uma situação em vaso e uma em ambiente natural:
  
  

  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  Na cascata tradicional, o ápice   invertido deve estar  
    diretamente abaixo do centro do tronco. Veja figura ao   lado.
  
  
    
    FUKINAGASHI - Varrido pelo   vento 
  
    Embora perceba-se neste estilo   um dos mais naturais  
    apresenta também, por assim dizer, um efeito, drámatico.   A  
    árvore foi açoitada pelo   vento durante muito tempo e seus  
    galhos e mesmo seu tronco acompanham a direção do vento.  
    Não existem regras para o desenho do tronco   ou dos galhos e,  
    por isto   mesmo, esta liberdade faz com que seja difícil  
    apresentar um trabalho harmonioso e   agradável. 
    Veja uma situação em vaso e uma em ambiente natural:
  
  

  
  
  Ao lado, na imagem, percebe-se   o movimento do vento,  
    contínuo. Estas condições são observadas facilmente no   alto  
    das montanhas ou nas   regiões litorâneas.
  
  
  
  
  
  
    BUNJING -   Literati 
    
    
Este estilo objetiva   representar a antiga caligrafia chinesa. Parece ser o único estilo que não tem   uma representação na  
    Natureza. O ponto central deste estilo está no tronco e   em  
    suas curvas. Os galhos   estão limitados a parte final da árvore,  
    delicados e sugestivos. O aspecto saudável das   folhagens  
    mostrará uma   árvore bem cuidada. A palavra "Literati, é  
    derivada da elite intelectual da antiga aristocracia   chinesa. A  
    criação deste   estilo permite a liberdade de expressão do  
    artista mas, é indicada apenas para os bonsaístas que   já adquiriram o domínio de   todos os outros estilos.
    
    
    SOKAN - Tronco   duplo 
    
    No estilo Sokan as raízes (o   nebari) são as mesmas para os  
dois troncos diferentemente do que acontece no Estilo   SOJU,  
onde as raízes de cada   árvore são independentes. 
É   um dos lindos estilos observados pela comparação que pode  
ser feita de dois parceiros trabalhando   juntos. Um casal,  a  
mãe e o   filho. Dentro do estilo Sokan, as árvores poderão ter  
as características dos outros estilos como Moyogi,   Shakan,  
etc.
SEKIJOJU - Raiz abraçada a   rocha 

Este estilo é verificado em beira de rios e   locais onde as  
rochas vão   sendo desgastadas e deixando as raízes expostas  
que vão se desenvolvendo sobre as   mesmas. 
É importante neste   estilo que as raízes estejam bastante  
firmes na rocha e de forma natural. A árvore por si   pode ter  
qualquer estilo,   embora fique menos agradável o Estilo  
Vassoura (Hokidashi) e o Ereto formal   (Chokkan).
HOKIDACHI -   Vassoura
Todos os galhos se iniciam a   partir de um tronco vertical sendo 
subdivididos até seus pontos extremos. 
Considerado um dos estilos mais belos é também um dos   mais  
delicados no arranjo da   fina rede de pequenos galhos que se  
mostram no período do Inverno. Para este estilo as   árvores  
decíduas (Caducas)   são as mais adequadas por terem,  
naturalmente, estas características. 
Veja uma situação em vaso e uma em ambiente natural:

YOSE UE -   Floresta 

Este estilo pode conter a   partir de 3 árvores. É importante  
observar que um bosque ou floresta com mais de 7 árvores  
dará mais veracidade ao estilo. A   observação do número ímpar  
favorece a harmonia do conjunto. Para quantidades acima   de  
21 esta característica   (Ímpar) torna-se desnecessária. É  
importante a colocação das árvores de maneira que se  
evidencie a profundidade e perpectiva.   Olhando-se de frente  
não se   deve deixar que um tronco se interponha a   outro.
NEAGARI - Raiz   exposta 
É muito comum vermos em nosso   País, nos mangues ou em  
beira de rios este estilo mostrado em toda a sua beleza.   O  
solapamento das margens   dos rios e mangues, pelas águas, vai expondo as raízes criando o Estilo raiz   exposta. Quanto mais  
velhas   estiverem as raízes, quanto mais dramático for o  
desenho da árvore, mais expressão se consegue no   resultado  
deste   estilo. 
Veja uma situação em vaso e uma em ambiente natural:
