FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[nickyfury]

Rodrigo, creio que a proteção da planta deva vir em primeiro lugar. Há compostos diferentes de agentes cicatrizantes, como os usados pelo grande amigo Bergson, formulados com extrato de abelhas, que ele produz em seu viveiro de plantas. São menos agressivos e atóxicos para com a população de micorrizas, vendando bem, por outro lado, os cortes nas raizes.

Dessa maneira, a planta estará devidamente protegida, sem incorrer o bonsaista em risco de perda.

Na questão da micorriza, não escrevi nada a respeito de "jogar" algum fungicida na terra, mesmo por que não vejo nenhum motivo razoável para fazer tal coisa. Nem tampouco escrevi sobre regar após "jogar" fungicida no solo. Qual a razão para isso, afinal de contas? A meu ver, nenhuma. Quanto a essa mistura de fungicida e agua ser transformada em "calda fungicida" e esta se tornar semelhante ou análoga a uma "calda bordalesa", creio que há um abismo imenso entre uma coisa e outra, e tambem não escrevi nada a respeito disso, nem sequer aventei tal possibilidade, que para mim mais parece ficção cientifica, o nobre colega vai desculpar a comparação.

A calda sulfocálcica, que não foi citada por mim aliás, pode ser usada, até onde sei, devidamente diluida em agua, para combater agentes agressivos nas folhas, galhos e tronco da planta, não para se usada na agua da rega, "jogada diretamente no solo". Acredito que o nobre colega tenha misturado um pouco as informações que tem, de forma que suas conclusões ficaram um tanto quanto confusas, a respeito do que escrevi.

Apresentei de forma clara e sucinta as razões que conheço que justificam o uso de material cicatrizante, vez que providencia a cicatrização mais rápida, em cortes feitos nas raízes das plantas, particularmente raizes pivotantes, que têm um calibre maior quanto à grossura.

Mostrei que não há nenhum conflito entre o uso de cicatrizante e a micorriza, por isso continuo afirmando a utilidade do procedimento. Agora, se o nobre colega acha que o solo da planta pode sofrer essa ação deleutéria de transformação de agua em vinho, paciência. Nós acreditamos no que queremos, por mais que alguem apresente provas e conclusões calcadas em pontos indiscutiveis.

Costumo sempre dizer que gôsto é igual pescoço: cada um tem o seu. Leio e estudo bastante sobre cultivo, para continuar fazendo o que até hoje tenho feito com sucesso. Nunca, em tempo algum, perdi alguma planta por ter usado nos cortes de raiz material impermeabilizante, como os que usa o grande amigo Bergson, ou os que eu uso cotidianamente, com ótimos resultados. Escrevo calcado na minha experiencia pessoal de cultivo há mais de doze anos, sem nenhum entrave a isso. E como parametros, sigo outros amigos bonsaistas aqui do DF, como o Glauco e o Francisco Lustosa, que praticam a nobre arte bonsai há mais de vinte anos.

Por outro lado, é preciso salientar que há plantas que dispensam o uso de pasta cicatrizante ou similiar, seja nos cortes de raiz, seja nos de galhos ou tronco. Assim, é preciso se adequar ao tipo de cultivo bem como com a espécie cultivada, que poderá dispensar esse recurso, sem nenhum problema. Uma árvore bem tratada e num ambiente propício ao seu desenvolvimento não deverá precisar de nada extra para se recompor.

O pessoal que defende a tese do naturalistic bonsai, por outro lado, é taxativo a respeito disso: para eles, importa que a planta se recupere da maneira a que está habituada fazer na natureza, não importando se agora está sendo cultivada em recipientes ou não. Eles alegam que quando a planta é ferida a resposta de seu organismo é no sentido de cobrir a área lesada com tecido de calo. As árvores têm feito isso desde que elas existiram sem a ajuda da humanidade e, certamente, sem selante ou pasta cicatrizante para ferida externa de qualquer tipo.

Esse tipo de argumentação é bem válida, vez que há muito que o pessoal responsável por parques e jardins da cidade lidam com a poda e corte das arvores usadas na urbanização da cidades, sem aplicarem nada nos cortes, ocorrendo a cicatrização naturalmente nas arvores. Todavia, o cultivo de arvores em recipientes envereda por outras linhas de trabalho e tratamento, diferenciado do cultivo de solo. Devemos considerar, ainda, o aspecto de, com o fechamento adequado da ferida, permitir uma cicatrização mais rápida, com uma exposição menos demorada da area aberta.

E, principalmente, os argumentos apresentados pelo pessoal naturalistic se destina, principalmente, a cortes de galhos, ramas e troncos, não às raízes. São argumentos interessantes, mas discutíveis. O bonsaista expoente dessa linha, Walter Pall, por exemplo, diz que usa um tipo de manteiga (gordura das tetas de vaca) para aplicar nos cortes.

Acho que é preciso analisar com retidão e calma tema tão complexo quanto controverso como esse, de aplicar ou não um cicatrizante ou selante em cortes feitos nas raizes. Alguns bonsaistas não o fazem, outros sim. Eu faço, vc não. Há pontos a favor e pontos contra, cada um que escolha seu caminho e o trilhe, sem culpa nem temor.
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que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


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[Rodrigo_Dias_RJ]

[Diziano]

FOTOS DO DIA 06/03/2011

Para ter um registro.

Olá, tirei umas fotos dia 06/03/2011 (15 dias após ser plantada em um balde com areia). Gostaria de saber o que acham, muitas folhas estão murchando, ela está morrendo? Hoje fazem 24 dias e as folhas estão cada vez mais murchas, Ela está se alimentando das folhas certo?
Obrigado a todos.
Seguem as fotos: