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ESCRITOS DO DIA A DIA

Madeira podre em ligustro
30.12.2011

 
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prumodeq
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MensagemEnviada: Seg Jun 27, 2011 10:51 am    Assunto: Madeira podre em ligustro Responder com citação

Senhores

Estava remodelando um ligustro e na intenção de melhorar os uros de alguns galhos podados no passado, retirei a pasta cicatrizante e notei que havia madeira podre por baixo.

Retirei a madeira, porém o Uro ficou um buraco fundo e respeitável, agora, como tratar a "ferida"?

Lime sulfur? Se sim aplico imediatamente? Ou espero a área secar, evitando molhar o buraco nas regas?

Ou aplico apenas pasta cicatrizante? Não é preciso tratar com algum tipo de fungicida/bactericida antes? Ou como o buraco é grande o melhor é preencher com durepox?

Abraços
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SEKI - Elio Luis Secchi
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MensagemEnviada: Seg Jun 27, 2011 10:31 pm    Assunto: Responder com citação

Um grave erro, cometido largamente no bonsai, é passar pasta cicatrizante em uma "ferida" que a olhos vistos, jamais vai cicatrizar. Há que se diferenciar um corte ao qual se visa a cicatrização, de um uro, shari, jin, enfim qualquer tipo de "madeira morta". Se a madeira que está exposta já tem como destino ficar exposta, ela deve ser tratada para não apodrecer e isso se faz, preferencialmente com calda sulfocálcia (Lime Sulfur) ou outra compradas prontas ou preparadas. A calda sulfocálcica se aplica com a madeira seca, ela é melhor absorvida e penetra mais fundo, fazendo melhor o trabalho de proteção. Nos primeiros dias, é interessante evitar molhar, primeiro porque ela pode ser lavada, diminuindo sua eficiência, e segundo porque uma alta dose dela levada para as raízes pode prejudicar a planta. (já cometi esta besteira, passei calda sulfocálcia em pleno verão, deixei a planta no tempo, e no fim do dia deu uma chuvarada. como a área qeu foi tratada era muito grande em relação ao tamanho e a planta havia sido replantada há pouco tempo, aconteceu o pior: morreu).
Não é necessário aplicar nenhum outro tipo de fungicida, a calda sulfocálcia é um potente fungicida. Nem tampouco colocar durepoxi, ou coisa assim, ele só proporcionaria um local onde acumular umidade, coisa que os fungos adoram. Reaplicar a calda mais ou menos a cada 3-4 meses, ou quando notar que o seu aspecto está amarelando.
abraço
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Elio
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MensagemEnviada: Ter Jun 28, 2011 1:48 pm    Assunto: Responder com citação

Completando a excelente explanação do meu xará, só recomendo passar a Calda após retirar totalmente a parte podre, chegando até a madeira "sadia".

abraço
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Elio

"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7
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nickyfury
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MensagemEnviada: Ter Jun 28, 2011 8:33 pm    Assunto: bonsai Responder com citação

No caso relatado pelo nobre colega, acredito que o uso simples da calda não irá resolver o problema. É preciso, antes, isolar a parte afetada. Para isso, recomendo desbastar bem a madeira, até chegar a uma parte viva, no interior do cerne. Isso feito, aplique uma certa quantidade de Durepox, ou outro Epoxi qualquer, previamente misturado, para que impermeabilize totalmente a area, evitando ação danosa futura.

A aplicação desse tipo de material em nada prejudica a planta. A area viva, com o tempo, irá absorver esse material estranho, encapsulando-o, isolando-o dessa maneira. Na area mais externa, então, pode aplicar um outro imperbeabilizante, como por exemplo um liquido selador incolor, ao invés de calda, que irá manter a madeira exposta a salvo de ataques fungicos, insetivoros e ação danosa por agua. Lembre-se de reaplicar a cada nova estação, para manter o produto sempre ativo.

O ideal, aliás, seria isolar totalmente o furo, preenchendo-o com Epoxi. Com um pedaço de madeira dura, confecciona-se um galho jin que pode então ser usado como tampão na abertura restante, colando-o com supercola tipo superbonder ou similar. Esse galho jin acessório é comumentemente usado na arte bonsai há séculos e constituí um excelente recurso em situações como essa. Há que proteger a madeira do galho jin, aplicando então corretamente a calda, para essa finalidade.

Acredito que qualquer um desses dois recursos é o melhor para garantir a proteção de sua planta. Very Happy
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prumodeq
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 9:51 am    Assunto: Responder com citação

Ai, ai, ai...

As respostas soaram exatamente como eco ao que eu estava matutando... agora fiquei mais inseguro ainda...

A minha primeira ideia era aplicar a calda, para proteger a madeira e matar fungos e bactérias, porém, eu não quero que a madeira no local "seque", eu quero recobrir o buraco, ou incentivar a planta a isso... o buraco está feio e desproporcional à planta, quero um uro e não um buraco de fuzil...

Então pensei no durepoxi, mas como garantir que o processo de apodrecimento seja estancado? Nicky, não corro o risco de, ao invés de isolar com o durepoxi (ou um toco de madeira), na verdade eu esteja escondendo o problema...

Será que não é interessante as duas ações: aplicar a calda somente no buraco, esperar secar e, então aplicar o durepoxi, nivelando a poucos milímetros da casca, a fim de ajudar a planta a recobrir este buraco? O Liguistro tem uma cicatrização boa, correto?

Abraços
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João Paulo Batista Lyrio
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 10:15 am    Assunto: Responder com citação

Grande Prumo,
que tal você postar uma imagem para uma melhor análise ?
Abraço.
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Elio
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 11:07 am    Assunto: Responder com citação

Prumodeg, a podridão, seja a cinza, a branca ou a mole, é ocasionada por um fungo extremamente difícil de eliminar só com fungicidas.
É necessário retirar "todo" o material podre, daí passar um selante e depois pode usar o durepóxi.

abraço
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Elio

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SEKI - Elio Luis Secchi
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 6:28 pm    Assunto: Responder com citação

Prumo, sem imagens cada um fica imaginando uma situação diferente e portanto com receita, diferente. Tenho certeza de que eu e o Nicky não imaginamos a mesma situação, razão de estarmos sugerindo tratamentos tão diferentes um do outro.
Quanto a cicatrização do ligustro (e de muitas plantas) em caso de grandes áreas mortas ela é muito difícil e demorada, acelerando-se conforme a intensidade de crescimento que for dada a planta. Se a planta estiver em vaso pequeno e com pouco crescimento vai levar décadas para cicatrizar, no que eu prefiro então deixar exposto e tratar com calda.
Tenho um ligustro que está em vaso e tem uma marca de corte de um galho grosso, mais ou menos do tamanho de uma moeda de 50 centavos. Pois bem, como ele já está envasado há 5 anos e portanto com o crescimento sempre freado por podas e pinçagens visando manter a forma, a cicatrização em todos estes 5 anos não avançou mais do que 1 mm. Eu sei que se quiser a cicatrização tenho que colocar ele a crescer, usar galhos de sacrifícios e coisa do gênero, mas como esta planta eu quero deixar sempre com o visual de pronta, estou consciente de que não terei a cicatrização, mas não me importo, procuro deixar a madeira sempre tratada.
Então é a velha história: Qualquer caminho serve, dependendo de onde você quer chegar!!!

abraço
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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 7:38 pm    Assunto: bonsai Responder com citação

Prumo, concordo em numero e grau com as excelentes colocações do nobre amigo Elio Luis. Realmente, vermos o material é imprescindível para detetarmos melhor o problema e apontar a solução mais adequada, do contrário, ficaremos todos às voltas com as inumeras possibilidades de recursos, sem nunca chegar a um acordo sobre qual o melhor para o caso da sua planta.

Sobre as colocações que fiz, veja um exemplo de um acer, em que o cultivador realiza um corte apical, e na lateral podemos visualizar outro corte devidamente tratado com pasta cicatrizante tipo massinha.
Percebemos que as bordas do corte aos poucos vão engrossando, e ao final acabarão por envolver totalmente a area protegida, cobrindo-a:



Importante ressaltar que esse tipo de cicatrização nem sempre ocorre em todas as espécies. No ligustro, por exemplo, um corte pode nunca vir a fechar completamente a area exposta, ainda que façamos incisões anuais na area de fecha, isto é, retira-se com uma lamina afiada, pequenos fragmentos de toda a area da borda da cicatrização, para estimular seu desenvolvimento, de maneira a que ela cresça e absorva a parte exposta totalmente.



Areas de cortes radicais, dependendo da espécie, com o tratamento adequado, enseja a recuperação, com o fechamento gradativo da borda do corte, fechando totalmente no que chamamos de cicatrização. Mesmo um acer, porém, pode apresentar certo grau de dificuldade no fechamento, obrigando o cultivador a retirar parte da madeira seca, morta, no interior do corte, aprofundando-o e em seguida desbastando os bordes do corte, para logo em seguida cobrir o buraco com epoxi e massa de cicatrização, para tentar, dessa forma, agilizar o processo de fecha:



Em algumas espécies, porém, a madeira no interior seca e apodrece, e os bordes, dessa forma, nunca irão se fechar totalmente sobre ela, mesmo usando a técnica de recorte que expus acima. Veja esse exemplar:





Noutros casos, pode acontecer do anel de cicatrização na borda criar um ressalto para cima e para fora, ao invés de fechar o buraco, resultando estranho ao final:



Na ilustração abaixo, é possível visualizar uma maneira de escavar um pouco a madeira, aprofundando o furo. Elimina-se dessa forma toda a parte podre, até que chegue ao fundo, onde deve existir apenas madeira verde, saudável ainda. cobre-se em seguida todo o furo, aplicando antes a calda ou não, a critério do cultivador, para logo preencher o espaço com o epoxi, até quase na linha da borda. Após secar bem esse material adesivo, aplica-se sobre ele massa cicatrizante, vedando de vez o orificio.


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MensagemEnviada: Qui Jun 30, 2011 10:23 pm    Assunto: Responder com citação

Perfeito. As explicações ilustradas do amigo Nicky deixa o assunto agora bem mais esclarecido. Servindo não apenas ao caso do colega Prumo, como de resto a muitos outros...
abraço
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Chaddad
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MensagemEnviada: Sex Jul 01, 2011 11:09 pm    Assunto: Responder com citação

Tenho usado substãncias oleosas de base mineral para tratar a madeira, porque os fungos não a decompõe. Pasta selantes são para podas de pequeno calibre no máximo 1 cm de diãmetro, após isso é vaselina em pasta e renovada a cada 6 meses.

Depois de mais de 20 anos dando "cabeçadas" em madeira seca não uso mais sulfocálcica, uso vaselina líquida com sulfato de cobre bem mexido e a quente, essa msitura penetra na madeia seca borbulhando. Com isso o lenho fica impermeável a água e não apodrece, mas é necessario uma outra raspagem e renovação anual, não deixar molhar até que seja toda absorvida.
Em alguns casos, depois que penetrou e não está mais liso (cerca de 2 meses depois) passo pasta de dente branca de 4 demãos de sulfocalcica sobre ela, aguardo mais 2 meses e dou uma polida com a escovinha de aço na miniretifica, deixando amarelado e com brilho.


É como tratar mourão, só que não usamos produtos industriais que podem ser tóxicos as plantas, devemos usar vaselinas de uso humano vendidad em farmácia, inclusive as industriais são tóxicas.


Buxinho com madeira tratada com vaselina e cobre, e depois de seca com pasta de dente e calda sulfocalcica.



Kinkan tratada com 4 demaos de vaselina líquida a quente e uma demão de vaselina sólida a quente com cobre.
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MensagemEnviada: Dom Jul 03, 2011 9:18 pm    Assunto: Responder com citação

Caramba, é por isso que eu adoro esse fórum e esse povo! Faço uma pergunta sobre uma coisa e, de repente, aprendo novas técnicas...

Chadad, por favor, explica melhor esta técnica da vaselina e sulfato de cobre, qual a proporção, qual temperatura...

Com relação ao ligustro segue a foto do buraco (ficou meio fora de foco):



Depois de passado a calda sulfocálcica e com o durepoxi tampando:



A foto da árvore por completo (com outro furo tampado, mais abaixo). Vejam que furo é desprocional ao tamanho da árvore:



A árvore ainda está em formação, vai para a mamadeira na primavera para forçar a crescimento e tentar cobrir estes buracos.

Abraços
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Chaddad
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MensagemEnviada: Sex Jul 08, 2011 11:32 pm    Assunto: Responder com citação

Caro Prumo a dose usada é pequena, algumas pitadas na vaselina aquecido em banho maria para que se torne uma emulsão azulada. Se a sua madeira estiver seca é melhor usar varias demãos da líquida, para penetrar, agora se for viva é melhor a em pasta.
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