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FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal
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Marcello WB 1.o PASSO

Registrado: 17/05/10 Idade: 36 Mensagens: 120 Localização: Caruaru-PE
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Enviada: Qui Mar 31, 2011 6:44 pm Assunto: DUVIDA SOBRE ADUBOS |
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Venho pedir mais uma vez a ajuda dos amigos do fórum.
Tenho algumas dúvidas que creio que também seja duvidas de muitos... ADUBOS
Gostaria de pedir dicas para os amigos sobre os adubos existentes e qual a finalidade de cada um, pois existem diversos tipos no mercado e as vezes é dificil saber o que devemos aplicar a cada planta, pois não sabemos qual finalidade tem cada componente. Principalmente pelos NPK's existentes cada um com uma formulação diferente. para qual finalidade seria cada componente (N, P e K).
E adubos orgânicos? Percebi que existem algunsque tem os mesmos componentes dos quimicos, e outros que tem os mesmos componentes que os quimicos.
Também fica dificil saber como devemos intercalar... Se existem algum que devemos colocar com mais frequência que outros, ou se algum precisa colocar com um intervalo maior, e também como devemos fazer a adubação intercalando entre quimicos e orgânicos.
Acho que essa seria uma dúvida geral e que seria muito bom se alguem com uma boa experiência pudesse esclarecer essas dúvidas ou até mesmo escrever uma matéria para os demais.
Desde já agradelo a disponibilidade dos amigos! Abraço! _________________ Marcello Wanderley |
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Elio PARTICIPANTE


Registrado: 22/04/05 Idade: 79 Mensagens: 6407 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Qui Mar 31, 2011 8:22 pm Assunto: |
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Veja se ajuda, Marcelo!
1. Adubação - A adubação no bonsai é a prática que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao substrato, de modo a inserir, recuperar ou conservar a sua fertilidade, suprindo a carência de nutrientes e proporcionando o pleno desenvolvimento das plantas.
Os vegetais conseguem sintetizar as proteínas e vitaminas, mas para esta síntese aconteça necessitam da glicose e dos sais minerais. A glicose é fabricada pela planta na fotossíntese, enquanto os sais minerais são absorvidos pelas suas raízes do solo.
Os nutrientes (sais minerais) são absorvidos em forma de íons juntamente com a água, pelas raízes ciliares.
Vamos conhecer os principais nutrientes.
Podemos dividi-los em MACRO E MICRONUTRIENTES. Total de 17 (dezessete).
Não deve haver preocupação por parte do bonsaísta quanto à quantidade de cada micronutriente. Basta saber que são necessários a uma vida saudável da planta.
Já, os Macro nutrientes, estes sim, precisamos conhecer a correta aplicação de suas quantidades.
I - Macro e Micronutrientes
Os macronutrientes são os elementos básicos necessários em maior volume às plantas.
São eles:
(não minerais) Carbono, Oxigênio, Hidrogênio –retirados do ar e da água
(minerais) Nitrogênio, Fósforo , Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre –retirados do solo, sob condições naturais.
a) Macro nutrientes Primários:
1. Nitrogênio (N) – As plantas absorvem o Nitrogênio primeiro sob a forma de Amônia e somente na ausência deste componente é que absorvem sob a forma de NO2 e NO3. O nitrogênio é um componente essencial de todas as proteínas. Deficiência deste nutriente geralmente resulta em atrofia das plantas. É responsável pelo crescimento da planta. Muito nitrogênio aplicado em épocas erradas (verão), atrasam e prejudicam a floração e frutificação.
2. Fósforo (P) - É o macro nutriente primário que as plantas precisam em menor quantidade. É absorvido preferencialmente a nível radicular. É importante para o crescimento vegetal, floração, formação de frutos e formação de sementes. É um ativador de enzimas
3. Potássio (K) - É o macro nutriente primário que as plantas precisam em maior abundância, no entanto um excesso deste nutriente pode levar a uma má assimilação de Mg (magnésio) e de Ca (Cálcio). Responsável pelo fortalecimento das raízes e metabolismo em geral.
Macro nutrientes Secundários:
Cálcio (Ca) - O Cálcio é um elemento importante na síntese da parede celular, no crescimento do sistema radicular, do tubo polínico, assim o Cálcio é um nutriente importante para a fecundação das flores, fixação dos botões florais e da frutificação.
Magnésio (Mg) – Estimula a formação de açucares, proteínas, gorduras e vitaminas vegetais. Melhora o sistema imunológico da planta.
Enxofre (S) - O Enxofre é um nutriente essencial para a formação das proteínas vegetais e, portanto estimula o desenvolvimento vegetativo das plantas, quando há deficiência, as folhas se tornam ligeiramente amareladas.
b) Micronutrientes –
Os Micronutrientes são utilizados pelas plantas em pequenas quantidades. Sua falta, no entanto, pode acarretar grandes perdas na produtividade.
O zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), boro (B) e cloro ( Cl) são os elementos considerados micronutrientes essenciais. Outros elementos, como o sódio (Na), cobalto (Co), silício (Si) e níquel (Ni), são considerados benéficos.
A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é influenciada pelas características do solo, como à textura e mineralogia, teor de matéria orgânica, umidade, pH, etc.
Boro (B) - Atua no metabolismo de carboidratos e transportes de açúcares através de membranas, na formação da parede celular, divisão celular, no movimento da seiva. Importante na formação da florada e frutos.
Cloro (Cl) - Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de participar da fotossíntese. É mais comum excesso do que a deficiência deste micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas localizadas externamente na planta.
Cobre (Cu) - Tem papel importante na fotossíntese, respiração, redução e fixação de nitrogênio que ocorre no interior dos nódulos nas raízes de leguminosas.
Ferro (Fe) - Essencial ao metabolismo energético, atua na fixação do nitrogênio e desenvolvimento do tronco e raízes. Sintomas de deficiência são presença do verde muito claro nas folhas, com estreita faixa verde ao redor das nervuras, inicialmente nas folhas mais novas.
Manganês (Mn) - Atua na síntese da clorofila, e participa do metabolismo energético. A deficiência leva a diminuição da fotossíntese e da produtividade, aparecendo manchas cloróticas entre as nervuras das folhas superiores.
Molibdênio (Mo) - Tem um papel significativo para a fixação do nitrogênio pelas bactérias, no caso das leguminosas. Atua, também, no metabolismo do nitrogênio na planta.
Zinco (Zn) - O zinco é fundamental para a síntese das proteínas, desenvolvimento das partes florais, produção de grãos e sementes e maturação precoce das plantas.
Níquel (Ni) - Participa da Urease, enzima importante para a mobilização de compostos nitrogenados na germinação de sementes.
II - Tipos de fertilizantes
Orgânicos - É considerado um fertilizante orgânico qualquer composto oriundo de restos de vegetais ou animais, que podem ser utilizados na agricultura para fins de fertilização de solos ou plantas.
TIPO DE ADUBO N P K
Algas Secas 0.45 0.46 1.29
Cinza de Madeira 0.00 0.00 15.00
Composto Orgânico 1.20 1.40 0.50
Esterco de cavalo 0.54 0.23 0.54
Esterco de gado 0.40 0.20 0.44
Esterco de Ovelha 0.83 0.23 0.67
Esterco de pombo 1.75 1.80 1.00
Esterco de porco 0.45 0.19 0.60
Esterco de galinha 1.63 1.55 0.80
Farinha de osso 2.00 24.00 0.00
Farinha de peixe 5.00 9.00 3.00
Farinha de sangue 12.00 1.00 0.60
Torta de Mamona (*) 5,5 2,00 1,00
(*) – Tóxica para pessoas e animais.
Compostagem
Compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos.
Os principais fatores que governam o processo de compostagem são:
a) Microrganismos: A conversão da matéria orgânica bruta ao estado de matéria humificada é um processo microbiológico operado por bactérias, fungos.
b) Umidade: A presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo.
c) Temperatura: O metabolismo exotérmico dos microrganismos, durante a fermentação aeróbia, produz um rápido aquecimento da massa. Cada grupo é especializado e desenvolve-se numa faixa de temperatura ótima. Promover condições para o estabelecimento da temperatura ótima para os microrganismos é fundamental.
Importante:
Qualquer que seja o adubo orgânico, deve ser compostado (curtido) antes de sua utilização. Devemos umidificá-lo, adicionar um pouco de inseticida e deixá-lo fermentar por, no mínimo, 30 (trinta) dias. O uso do inseticida é para eliminar ovos e larvas.
Receita da famosa torta de mamona + Farinha de osso:
-Junte TM + FO + Cinzas de madeiras + Gotas de inseticidas + água.
- Misture tudo, coloque numa bacia, cubra com um pano e deixe ao abrigo, fora de casa, por 30 dias.
- Agora é só colocar nos vasos.
Químicos
Granulados – São fertilizantes em forma de pequenas bolinhas (ou em pó, farelado), normalmente coloridas, que vão se degradando à medida que recebem água. Recomendamos não usar, pois são produzidos com intuito de se agregar ao solo e não colocar “sobre” o substrato.
Líquidos – Existe uma gama muito grande de fertilizantes na forma líquida. O importante é verificar na composição para constatar se tem micronutrientes ou apenas NPK. A indicação 9-9-8, 04-14-08, 10-10-10, 6-4-4, nos rótulos indicam a proporção de NPK. Obs.: Não se aplica sobre flores ou botões florais.
Cristalizado (osmocote) - Osmocote é um fertilizante de liberação controlada, projetado para nutrir a cultura durante todo o seu ciclo de crescimento, liberando os nutrientes vitais de que ela necessita no momento mais adequado para sua absorção. São sais minerais encapsulados por uma resina orgânica biodegradável. Através do processo chamado osmose, a água penetra pela camada protetora do Osmocote e dissolve os nutrientes, possibilitando sua liberação para o substrato. Recomenda-se a utilização do que tem a formulação 15-9-12, pois é o único que contém micronutrientes.
III – Vantagens e desvantagens
Orgânicos
Vantagens – De lenta liberação, pois precisam que os micro
organismos decomponham a matéria orgânica.
Desvantagens – Mau cheiro, residual sólido
Líquidos
Vantagens – Fácil manuseio, rapidez na aplicação
Desvantagens – Liberação muito rápida que, se aplicado em
excesso pode vir a “queimar” raízes;
Cristalizado
Vantagens – Fácil manuseio, rapidez na aplicação, lenta liberação
Desvantagens – Por ser importado é um produto caro
IV – Quando adubar
A época em que iremos aplicar adubos em nossos bonsai é de extrema importância. Não que corramos o risco de matar a planta, mas, pelo fato de estarmos desperdiçando adubo e, na pior da hipóteses, adubo acumulado no substrato sem que a planta utilize, ensejará desidratação da mesma.
Plantas recém transplantadas – Não devemos adubar ante de 45/60 dias. Por quê? Pelo simples fato de que ao transplantar, seja podando ou não raízes, você acaba destruindo a rizosfera (micro espaço ao redor das raízes capilares). Acontecendo isso a planta não terá condições de absorver nutrientes até que essa rizosfera seja recomposta.
Plantas doentes e fracas – Também não devemos adubar até que a planta se restabeleça. Preferencialmente devemos colocar essa planta em um substrato inerte (areia grossa) e esperar, em média 90 dias.
Plantas sadias
No final do inverno/início da primavera, antes que os brotos comecem a surgir, quando eles estão ficando intumescidos, é a época em que você começa a adubar vigorosamente. Obs.: Exceto se você transplantou.
Trata-se de um momento que as plantas entram em intensa atividade.
Se o adubo é líquido, aplique a cada 15 dias; se é orgânico, a cada 45 dias; se é Osmocote, veja o tempo de liberação na fórmula, que pode ser a cada 3 meses, 6, 8 ou 14 meses.
No verão, a atividade diminui, ocorrendo uma maturação das folhas, reduzindo o desenvolvimento. É a ocasião em que você reduz um pouco a adubação. Reduz o volume e diminui a freqüência.
No outono, quase não há crescimento vegetativo, contudo, é o momento em que a planta procura armazenar energia para poderem atravessar o inverno. Então é a época de voltar a fertilizar, com menor ênfase no nitrogênio (N), mas, aumentando o Fósforo (P) e o Potássio (K). Quanto aos volumes, aplica-se o recomendado para a primavera.
No inverno – Nenhum adubo nas plantas caducifólias e bem pouco nas demais, podendo inclusive suprimir nas demais também.
V – Quanto e como usar
Quanto colocar de adubo sempre foi uma questão controversa.
Se o solo possuir mais nutrientes do que a planta precisa ou consegue absorver, esse excesso poderá ser aproveitado por bactérias e fungos, o que estimulará uma proliferação desses organismos que podem ser prejudiciais.
Também ocorre que a água passa das raízes de volta para o solo e as raízes morrem de desidratação (este fato é o que conhecemos como raízes queimadas).
Aqui colocamos o que achamos ideal dentro de uma filosofia de bom senso.
Adubo orgânico – 25 ml por litro de substrato
Adubo líquido – metade da dose indicada pelo fabricante
Osmocote – 01 colher de chá para cada litro de substrato. Isso para o de liberação de 3 meses. Os de 6,8,14 é só aumentar a quantidade proporcionalmente.
Vale lembrar que essas doses são para o período da primavera, por conseguinte, diminuir no verão e voltar a aumentar no outono.
Importante: Quanto mais velho o ser humano; menos alimento precisa. Essa máxima serve para nossos bonsai.
VI – Adubação Foliar – A adubação foliar deve ser vista como um
procedimento complementar e não como substituto da adubação
no solo. A principal razão é que alguns micronutrientes acabam sendo imóveis, isto é, não se deslocam entre as demais partes da planta. Ainda, só pode ser usado o adubo líquido, pois o orgânico precisa passar pelo substrato para que os microorganismos façam a decomposição.
Bibliografia:
Gloria,B.A; Guerreiro, SMC (Anatomia Vegetal
Waltson Brent (Substrato)
Gainotti, Alba (Biologia 2002)
Embrapa (Tecnologia da Micorriza)
Pastore, Olavo (Substrato)
Walsh, Andy (Super adubação)
Agrolink (Fertilizantes) _________________ Elio
"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7
Editado pela última vez por Elio em Sex Abr 01, 2011 4:18 pm; num total de 1 vez |
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Marcello WB 1.o PASSO

Registrado: 17/05/10 Idade: 36 Mensagens: 120 Localização: Caruaru-PE
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Enviada: Qui Mar 31, 2011 9:35 pm Assunto: |
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Grande matéria Elio. Vai ser de grande ajuda para mim, e acredito que para muita gente também. Com base nisso vou preparar um cronograma e fazer a intercalação pra adubar minhas mudas... Brigadão mesmo cara, abraço! _________________ Marcello Wanderley |
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Alcides Junior PARTICIPANTE


Registrado: 04/01/05 Mensagens: 2280 Localização: General Carneiro-Pr
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Enviada: Sex Abr 01, 2011 7:44 am Assunto: |
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Copiei e salvei para consulta rápida.
Valeu Elio.  _________________ Abraços
Junior - General Carneiro
Paraná
A cidade mais fria do Paraná.
Associado da APB - Associação Paranaense de Bonsai.
盆栽、ライフスタイル。 |
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Angela Fernandes PARTICIPANTE

Registrado: 22/12/04 Idade: 82 Mensagens: 6143 Localização: Niterói-RJ
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Enviada: Sex Abr 01, 2011 3:17 pm Assunto: |
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Alô ..............
Tudo devidamente anotado e copiado....
Valeu amigo querido Elio. _________________ Inté querendo aprender bonsai sempre !!!
SOU DO BEM !!!!!!!!!
PRATICO BONSAI !!!!!!!!
Angela Fernandes |
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MarcoBonsaiPoa PARTICIPANTE


Registrado: 10/06/10 Idade: 46 Mensagens: 1713 Localização: Porto Alegre-RS
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Enviada: Dom Abr 03, 2011 12:40 am Assunto: |
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Valeu pela disponibilidade de atenção para com todos!Vale ouro está matéria... tb copiei! _________________ Minha página no facebook...Bonsai Arte Zen |
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FabianoOpto

Registrado: 18/06/11 Idade: 49 Mensagens: 20 Localização: Cornélio Procópio-PR
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Enviada: Sex Jul 08, 2011 10:39 am Assunto: |
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Belo trabalho!!!!Muito claro e rico!!! _________________ “O som aniquila a grande beleza do silêncio.” (Charles Chaplin) |
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pmaia 2.o PASSO


Registrado: 11/01/11 Mensagens: 235 Localização: RIO DE JANEIRO-RJ
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Enviada: Sex Jul 08, 2011 5:03 pm Assunto: |
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Obrigado Elio pela explicação. Excelente para quem está começando, como eu. |
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d.puerta

Registrado: 25/11/08 Mensagens: 65 Localização: Mogi Guaçu-SP
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Enviada: Sáb Jul 16, 2011 3:46 pm Assunto: |
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Elio, tenho aplicado Torta de Mamona e Farinha de osso diretamente no substrato sem fazer a compostagem. Retiro uma camada superficial do substrato, "polvilho" os dois e depois cubro novamente. Segui as instruções da embalagem dos fertilizantes.
Será que terei problemas? A compostagem é sempre necessária?
Abraços. _________________ Daniel Puerta Rodrigues - Mogi Guaçu/SP |
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Elio PARTICIPANTE


Registrado: 22/04/05 Idade: 79 Mensagens: 6407 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Sáb Jul 16, 2011 10:15 pm Assunto: |
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d.puerta, do jeito que vc está aplicando não tem maiores problemas. Na realidade vc está fazendo a fermentação no próprio vaso.
A fermentação é uma reação exotérmica, ou seja, gera calor. Além do mais, enquanto está fermentando, cheira mal e atrai insetos.
Só por isso fazemos em separado.
abraço _________________ Elio
"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7 |
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Chaddad 2.o PASSO


Registrado: 11/01/05 Idade: 62 Mensagens: 227 Localização: Piracicaba-SP
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Enviada: Sáb Jul 16, 2011 11:18 pm Assunto: |
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Gostaria somente de fazer uma rápida complementação.
Os excessos dos nutrientes podem ajudar alguns aspectos e atrapalhar outros, mas os mais famosos são:
O N em excesso aumenta as folhas, as tornam moles sensíveis a seca, pragas e doenças, principlamente na forma amoniacal. Seu excesso também diminui o engrossamento de raízes, e faz flores durarem menos, pois compete pelas enzimas para atravessar a membrana e entrar nas raízes.
O excesso de P é bem conhecido por ajudar as flores, tornar florações precoces, pois a meiose consume muito ATP.
O excesso de K engrossa raízes e troncos, e aumenta o tamanho e o número de frutos, pois ele aumenta os açucares e posteriormente amido e celulose.
Podemos concluir que o que pode causar mais problemas pelo excesso é o N.
Outra dica interessante é que devemos evitar o amonial e preferir os nitratos em plantas com rizóbio (caliandra e pitecos) e ectomicorrizas (Pinus), pois as plantas abandonam os simbiontes se forem nutridas com sulfato de amonia, uréia e excessos de adubos orgânicos.
Um abraço pessoal. |
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Elio PARTICIPANTE


Registrado: 22/04/05 Idade: 79 Mensagens: 6407 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Dom Jul 17, 2011 11:55 am Assunto: |
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Chaddad, excelente complementação.
Sobre o excesso de N2, somente nesta semana, conversando com um agrônomo, é que ele se referiu exatamente ao que vc postou acima: Atrai pragas!!
Chaddad, sei que a planta absorve o N2 na forma iônica amoniacal e na forma de nitratos. Poderia nos explicar melhor quais tipos de N2 que fornecemos e que se transformam NH4 e NO3?
abração _________________ Elio
"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7 |
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Chaddad 2.o PASSO


Registrado: 11/01/05 Idade: 62 Mensagens: 227 Localização: Piracicaba-SP
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Enviada: Dom Jul 17, 2011 8:26 pm Assunto: |
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Caro Elio,
Vou tentar resumir, mas é um assunto bem extenso. Os os nitratos são formados em locais secos, do chamado guano, coco de gaivota que se dopositavam milhares de anos nas ilhas, daí salitre do chile, mas as industrias criaram artificialmente com o beneficiamento do petroóleo, uréia, sulfato de amônio, e salitres.
Nós criamos por compostagem o húmus, do qual saem diversos compostos orgânicos e por último amônio.
Uma coisa que é importante entendermos é o efeito de cada tipo de N, os nitratos (de potássio, sódio, magnésio e cálcio) sobem o pH, e os demais, sulfato de amonio, humus, uréia, baixam o pH. Para plantas de solo ácido devemos evitar os nitratos, azaléia, camélia vão amarelando as folhas a começar pelo broto, é muito comum vermos uvaia amarelando os brotos dando a impressão que têm nematódes.
O N2 que vc mencionou são os nódulos de leguminosas, como pitecos, caliandras, etc, que conseguem pegar do ar e transforma-los em amônia e depois em proteinas.
Outra coisa interessante é que em solos encharcados os nitrato se perde, mas nos demais ele é armazenado. Agora os demais adubos, se faltar água o amonio evapora, por isso tb nunca podemos deixar o torrão do vaso secar, nem o humus e o esterco armazenados. |
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Elio PARTICIPANTE


Registrado: 22/04/05 Idade: 79 Mensagens: 6407 Localização: Curitiba-PR
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Enviada: Dom Jul 17, 2011 8:51 pm Assunto: |
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Valeu, Chaddad! Como vc disse, o assunto é extenso e complexo, ainda mais para nós, leigos.
Mas deu para ter uma boa idéia!
obrigadão _________________ Elio
"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7 |
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prumodeq 2.o PASSO


Registrado: 24/03/09 Idade: 48 Mensagens: 337 Localização: Quatro Barras-PR
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Enviada: Seg Jul 18, 2011 12:12 am Assunto: |
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Elio/Chaddad
Estava pesquisando este final de semana sobre Nitrogênio e sobre torta de mamona... Como não sou químico nem engenheiro agrônomo, cheguei a algumas inferências, que podem estar erradas, assim por favor me corrijam.
De forma resumida, a principal forma de liberação de nitrogênio pela matéria orgânica é através da amônia (NH3). Esta forma de nitrogênio não é absorvida pelas plantas. A amônia é transformada então, em NH4+ pela ação de bactérias heterotróficas do solo, que por sua vez é rapidamente transformada em N03 (principalmente), pelo processo chamado de nitrificação, sendo o N03 a forma mais abundante e que é absorvida pelas plantas.
As principais perdas do nitrogênio são através da volatização da amônia e da lixiviação dos nitratos...
Quando colocamos a torta de mamona em um processo de "decomposição", principalmente na famosa dupla TM+FO, o quanto de nitrogênio estamos perdendo por volatização? Como mesmo explicou o Chaddad, se guardarmos a "torta" resultante desta mistura, que normalmente fica bem seca, o quanto deste N estamos jogando fora na forma de amônio?
Também vi um estudo comparativo entre a disponibilização de Nitrogênio e a atividade microbiana da torta de mamona frente ao esterco e ao bagaço de cana. A torta de mamona foi muito superior:
"Ao final de 33 dias de incubação, o solo que recebeu adição de torta de mamona havia apresentado mineralização de 35 mg/kg de CO2, enquanto nos outros dois adubos orgânicos usados como comparação esse valor foi de apenas 5mg/kg no esterco bovino e de 2,4mg no bagaço de cana." [Severino, Liv Soares et outros]
Assim, se a torta de mamona tem liberação rápida de nitrogênio, será que a TM+FO é a melhor forma de adubar organicamente a planta? Será que o processo de fermentação da TM diretamente no vaso acarreta em risco às plantas?
São só argumentações para nos levar a pensar... e refletir se o que estamos fazendo e/ou "ensinando" está correto.
Abraços
Fontes:
Metabolismo do Nitrogênio. http://fisiologiavegetal.homestead.com/files/Metabolismo_do_nitrogenio.htm
Mineralização da torta de mamona, esterco bovino e bagaço de cana estimada pela respiração microbiana. Severino, Liv Soares et outros |
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