FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[Fábio Antakly]

Em relação aos posts, só posso elogiar as colocações ainda que eu tenha divergência em alguns aspectos. Todas muito ricas em observações e coerentes.
Lembro de uma época, não distante em que o Bonsai no Brasil era tão incipiente, que qualquer coisa falada ou publicada nos era valiosa.

Quanto à edição acima referida da revista universo do Bonsai, essa versão internacional foi uma segunda e última fase da revista, em meu texto, quando falei dos erros da editora, referí-me a primeira fase(totalmente nacional), houve um bom lapso de tempo (acho que vários anos) entre uma fase e outra. Não deixa de ser irônico e até extranho que a segunda fase, com excelente conteúdo, não tenha vingado.

Acho que os artigos com conteúdo para iniciantes é uma opção editorial mesmo. É como se os companheiros aquí, que certamente estão muito acima da média tenham que pagar um preço.... como diz um amigo, quem não entende de vinho se satisfaz com qualquer marca e safra, mas ao começar a a ler e depurar o gosto... já viu, rs.
Fica difícil eu dizer que a solução seria deixar, como no caso das revistas extrangeiras, que os cultivadres de Bonsais- tem plural sim!- as escrevessem, daí parece que estou advogando em causa própria, rs.

[fabianoscosta]

Fábio, vc tem razão, tbm acho q quem gosta de vinho, qquer um e não entende realmente de vinho, só gosta do gosto de uva com álcool , pode tomar qquer coisa parecida, menos veneno com gosto de uva, se é que me fiz entender, seria situação parecida com a tradução errônea da antiga fase da Universo do Bonsai, as gafes cometidas por falta de atenção ou sabe lá o q seja pela atual revista...

[i]"Lembro de uma época, não distante em que o Bonsai no Brasil era tão incipiente, que qualquer coisa falada ou publicada nos era valiosa. "[/i]

Talvez tbm por ser uma época de muitas descobertas, de poucos professores, pouca divulgação e propagação da informação, mas imagine se com pouca informação, viessesm ainda algumas falsas e falhas??

Bem, não sou dessa época mas conheço muitos que são, sei que era horrível e pessoas que começaram à escrever sobre tal, assim como você, tem todo crédito.

Na atualidade, graças à Deus, temos os fóruns e internet, o maior volume de informação informal e descomprometida, e tbm muito competente, que nos é a opção mais barata e completa em meu modo de ver de nos aprofundarmos teoricamente no conhecimento da arte bonsai. (caso tenha plural, pode ainda ser opcional, pois ainda não o é de fato "abrasileirada").

É minha opinião, posso mudar a qquer momento caso ache que esteja errado, nada pessoal, grande abraço,

Fabiano
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Pequeno gafanhoto
Clube Floripa Bonsai
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[Aquariosmaster]

Alberto, compro nas revitarias do Flamboyant Shopping Center, mais precisamente naquela próxima da Americanas, sabe? Fui lá estes dias e ainda tinha umas lá. Abraço.
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Feche os olhos, sinta a respiração, sinta o pulso forte, é a manifestação da Vida.

[Fábio Antakly]

Para quem quiser compar com a versão da revista, a versão original de meu texto sobre o Liquidâmbar. Além disto o texto continha um passo a passo da criação de um Liq. estilo Madeira Exposta com a utilização de uma Madeira Arrastada, o que infelizmente a antiga editora não publicou

O “Goma doce”


Quando você pensou que já sabia distinguir perfeitamente um Bordo de um Plátano e que este último não é a árvore da folha da bandeira do Canadá surge esta outra árvore, o Liquidâmbar(Liquidambar styraciflua). Mas quando surgem grandes dúvidas é sinal de que você
realmente está aprendendo.



Essa espécie, que por não ter nome popular em língua portuguesa, acabou sendo chamado no Brasil e em Portugal pelo seu nome científico, acrescido de um acento, é uma das árvores norte americanas de maior valor ornamental no que tange a coloração das folhas no outono, rivalizando com o Bordo Doce(Acer sacharum) e o Bordo Vermelho Americano(Acer rubrum) e crescendo mais rápido do que ambas, além de sair-se melhor em estados mais quentes e de inverno menos rigoroso como o Texas, a Louisiana, Geórgia e a Flórida. Por esta exata razão é que cada vez mais os Liquidâmbares tem sido vistos em jardins no Sul e Sudeste brasileiro.

Mas voltemos ao nome. Após repeti-lo várias vezes certamente virá a mente: Liquindâmbar ....
Liquid Âmbar .... Âmbar Líquido?! O que é Âmbar mesmo?
Objetivamente, o Âmbar é uma resina fóssil, proveniente em sua maior parte de Pinheiros . A árvore leva esse nome por produzir uma resina que possui várias propriedades terapêuticas como antiséptica e carminativa , dentre outras, tendo servido nos últimos dois séculos de remédio para garganta inflamada à antiséptico para ferimentos externos.
Essa resina quando mascada tem o gosto mais para o doce do que para o amargo e refresca a boca e o hálito, daí seu nome popular nos Estados Unidos, “Goma Doce” ou Sweet Gum. Mas atenção, não confunda essa goma com o xarope extraído do Bordo Doce, do qual se faz o popular xarope para panquecas.

Difícil não pensarmos em Tom Sawyer, Becky, e Huckleberry Finn, ao ficarmos sobre a sombra referescante de um Liquidâmbar.
A resina do Liquidâmbar leva o nome de Storax, sendo que de uma das quatro principais espécies dessa árvore, o Liquidâmbar Oriental, originário da Grécia e da Turquia, deu a humanidade o Polyestireno.

Quanto ao nome styraciflua, refere ao aroma que a árvore exala e pode ser sentido na primavera verão ou outono, algo próximo ao básamo, em função de sua resina, daí portanto styrax ciflua ou “fluindo com Storax”
Embora haja grandes bonsaístas no Brasil que torçam o nariz para a utilização dessa espécie para Bonsai, outros já defendem que ela pode e deve ser utilizada, desde que não tome o lugar de nossos Ptecolobiuns e Araçás Piroca, entre outros. A espécie serve inclusive como opção de árvore com a folha palmada para bonsaístas de regiões do Brasil onde os Bordos Japoneses não se saem bem devido ao calor. É verdade que suas folhas são bem maiores, ma também são facilmente reduzíveis.

O ideal portanto é formá-lo no tamanho médio e grande (de 38 a 120cm), para obtermos um exemplar mais interessante. Na natureza a árvore assume o estilo piramidal, portanto até mesmo o estilo ereto não lhe cai de forma artificial. Ereto Informal e Varrida Pelo Vento também são boas opções.

A espécie apreciará um solo rico em húmus mas com boa drenagem, assim areia grossa em proporção de 50% com terra preta ou até mesmo húmus puro, para os exemplares mais jovens, substituindo 5% da areia grossa por pedridsco a cada poda de raiz até o pedrisco atingir 25%. Embora o Liquidâmbar cresça vigorosamente, suas raízes não se restabelecem com o mesmo vigor após uma poda, constituindo essa a única dificuldade da espécie. O segredo portanto, consiste em podar quando o vaso estiver realmente repleto de raízes, mas antes que isso passe a afetar o vigor do exemplar é claro.

O Bonsai da espécie requererá regas abundantes, portanto com a mistura de solo indicada deve se tomar muito cuidado com as desidratações .
Pragas e doenças: Embora em clima muito quente e úmido a espécie apresente mancha nas folhas, atacadas por fungos, isso raramente compromete o seu vigor. Formigas cortadeiras poderão desfolhar um bonsai de Liquidâmbar por inteiro, proteja seu exemplar sobretudo quando suas folhas ainda estiverem tenras.
Quanto a coloração outonal, no clima do sudeste será muito raro o Liquidâmbar apresentar folhas além de um amarelo, enquanto que em seu país de origem proporciona um vermelho tão forte que não temos nem nomes comuns no Brasil para defini-lo, torna-se na verdade da cor vinho e/ou bordô mas brilhantes(também pela incidência da luz). A quem quebre a cabeça tentando aumentar a acidez do solo, para conseguir melhores efeitos, mas vai aqui uma dica, mas somente para ser utilizada uma vez por ano no máximo: borrife o exemplar com calda bordalesa no início do inverno.

Ficha Técnica :

Crescimento : Rápido
Posição: Sol Pleno (Sul e Sudeste), meia sombra demais regiões.
Regas: Abundantes
Podas: Pinçagem constante dos brotos de Outubro à Março nos exemplares formados, para obtenção de uma copa densa e com folhas menores.
Solo: Ácido Rico em húmus mas com boa drenagem.
Aramagem: Fios marcarão rapidamente o tronco e galhos, muita atenção.

Fábio Antakly noronha

[Alcides Junior]

Essa explicação copiei e guardei, valeu Fábio.
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Abraços
Junior - General Carneiro
Paraná
A cidade mais fria do Paraná.
Associado da APB - Associação Paranaense de Bonsai.
盆栽、ライフスタイル。

[nickyfury]

Fabio,

Agradeço vc pela excelente matéria. Certamente, valioso o conhecimento sobre essa espécie, principalmente porque até mesmo alguns viveiristas, não sei se intencionalmente ou não, ainda insistem em tentar vender "gato" por "lebre", ou seja, empurrar liquidambar quando o iniciante procura em seu viveiro um acer palmatum para comprar.

Necessário, pois, ficarmos atentos a isso. Quanto ao cultivo, para mim é uma planta meio complexa. Não reage de maneira muito regular quando aramada, emitindo brotações em áreas outras, quando tento educar o galho para determinada posição. Brota bem, principalmente nas raízes. Ainda não consegui formar uma planta interessante. Tentei moyogi e neagari, mas sem sucesso. As plantas "teimam" em emitir brotação em áreas que não desejo e em permanecer com as gemas latentes, sem abrir folhas, nos galhos aramados e reeducados.

Mas para planta "teimosa", bonsaista insistente. Continuarei a tentar, até conseguir subjugar essa espécie. As folhas não têm a coloração outonal caracteristica das regiões frias, aqui no planalto central, mas emitem brotação vermelha e permitem redução graças à pinçagem constante.
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que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


http://www.brasiliabonsaiclube.com (faça-nos uma visita, vc é sempre bem vindo)

[Antonio Castro]

Caro Fábio

Excelente matéria obrigado pela partilha, .

Não está no auge da sua coloração rubra, mas ainda assim de grande beleza.
http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://i.pbase.com/u45/sheila/upload/28947979.Leavesforweb.jpg&imgrefurl=http://www.pbase.com/sheila/image/28947979&h=405&w=640&sz=203&hl=pt-PT&start=232&um=1&tbnid=aIGKer5qIR9-jM:&tbnh=87&tbnw=137&prev=/images%3Fq%3Dliquidambar%26start%3D216%26ndsp%3D18%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN

Aqui as folhas com a sua coloração verde, ...e a excelente textura do tronco...


Por cá, já uma arvore com bastantes adeptos, principalmente pelo pessoal com mais experiência na arte...
Pessoalmente acho-a tão interessante como qualquer palmatum, e como espécie, tráz-nos algumas vantagens pelo facto de que, como se encontra um pouco por todo o lado, já está perfeitamente adaptada ao nosso clima (Portugal)...

Não fosse a minha falta de espaço e com certeza já teria uma também

Mais uma vez obrigado...

Cptos.

Castro
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Bonsai não é o nome, mas sim o despertar

[fabianoscosta]

Matéria muito bem feita, obrigado por compartilhar conosco,
Abraço
Fabiano
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