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ESCRITOS DO DIA A DIA

O futuro do Bonsai no Brasil
30.12.2011
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Elio
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Localização: Curitiba-PR

MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 2:21 pm    Assunto: Responder com citação

Olá amigos!

Antes de mais nada quero dizer que concordo com o pensamento do Sergivaldo e do Valdir.
Pedro, concordando em parte, porque vejo em você uma ânsia pelo crescimento da arte no Brasil. Só não concordo com o fato de você classificar essa arte no Brasil como medíocre.
Aliás, Liporace teceu muitos elogios à evolução do bonsai no Brasil.
Prefiro acreditar nele.
Como presidente da APB-Associação Paranaense de Bonsai tenho me dedicado à divulgação do bonsai através de encontros, debates, palestras, boletins periódicos, workshop, cursos de iniciação à colégios, Faculdade Agrária da UFPR, viagens com associados aos sítios (Hidaka, Kadan, Regina, etc) e muitos outros planos para 2008.
Concordo com você quando diz que é preciso haver mais união, troca de informações, certas regulamentações, mesmo a criação de uma federação.
Acontece que pelas dimensões do nosso país torna-se uma tarefa hercúlea.
Sergivaldo e Valdir, mais uma vez concordo com vocês. Há que se aprender muito bem o Beabá do bonsai e suas regras para depois nos aventurarmos a estilos próprios, com certeza, propriedade e capacidade.
Um médico pode ser tornar um grande especialista em cirurgia cardíaca, com técnicas inovadoras MAS, antes aprendeu o básico no curso regular, no mestrado e no doutorado.

Para concluir, temas como esse são e serão sempre salutares e é daí que surgem novas idéias, algumas revolucionárias; outras fadadas aos esquecimento.
Só não acho muito certo "meter o pau" no que se faz hoje.

Eu estou fazendo a minha parte na APB.

Abraços
_________________
Elio

"Porque há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos." Jó 14:7
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pedrotv
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 2:38 pm    Assunto: Responder com citação

Elio, não estou metendo o pau. Reconheço a qualidade de vários bonsaístas brasileiros. Apenas não consigo ver árvores que se destacam além das desses mestres. Quando chamo de medíocre, não sou apenas eu que o digo e o faço em relação à filosofia e não às árvores em si.
A arte está parada e isso é medíocre. Medíocre é o pensamento engessado que ando percebendo. O Liporace teceu elogios à evolução. Quero acreditar nele, e muito. Mas quero também perceber essa evolução. Queria ver a diferença, como disse o João em relação aos primeiros kokufus...
A falta de união acontece não somente em relação ao território, mas também em níveis regionais e até de cidades...
Quando vejo o que você faz à frente da APB, é realmente disso que estou falando, o que estou pedindo. Que façamos mais isso. E que haja o intercâmbio. Senão você irá ao Hidaka, à Regina, aprenderá muito, mas depois teremos que ir nós daqui do Rio, e tentar aprender a mesma coisa. Se houver um intercâmbio, essas informações circulam, extrapolam seu círculo inicial e a arte cresce junto.

O básico continua sendo o básico, assim como a teoria das cores subtrativas é a base da mistura de tintas na pintura. Todos devemos aprender as bases, os alicerces, mas a fachada não precisa ser a mesma sempre.
Não quero passar a idéia de meter o pau no que se faz hoje, mas sim no impedimento de fazer diferente amanhã.

João:
As árvores que vemos não são hokidashis, porque os galhos não nascem do mesmo ponto, não partem do primeiro terço da árvore e não são formam sempre uma copa perfeitamente regular... Essas são as regras. Hokidashi é referente a um conjunto de regras aplicadas ao desenvolvimento de uma árvore com um fim estético. Mas não é natural. Como bem disse o Valdir antes. Os japoneses não imitam as árvores japonesas, mas aplicam um sentido estético próprio sobre aquilo que vêem na natureza, como o próprio John Naka disse...
Só que não me emociona, porque não sou um japonês!
No japão, o número 4 significa morte e isso influencia o bonsai. Eles não fazem sharis em árvores de folha caducas porque as vêem como "femininas" e por isso não podem ter feridas... Sinto muito, mas um carvalho europeu não tem nada de feminino...
Isso para dizer que são apenas aspectos da cultura japonesa que eles usam e nós devemos usar os nossos, sem esquecer os deles, por favor... Não quero ver todo mundo fazendo apenas a mesma coisa (um bonsai brasileiro) senão a mediocridade não termina. Mesmo que sejam belas plantas... Do mesmo jeito que não fazemos somente bossa nova...
Um bonsai brasileiro não prescinde das bases. Só que precisa evoluir em cima delas. E das regras também.
Nossas árvores, nossa cultura...
_________________
Um amigo é uma estrada, um inimigo é um muro - provérbio chinês.

Abraços,
Pedro Bessa
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nickyfury
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 5:12 pm    Assunto: bonsai Responder com citação

Pedro,

As críticas que faço ou que fiz, sempre busquei posicionamento no sentido de ajudar a construir. Ficar em cima do muro, apenas apontando uma direção qualquer na linha do horizonte não abre espaço para nada, pois apenas nos mantém presos a uma unica possibilidade. E o bonsai, a meu ver, são infinitas possibilidades. Very Happy

O Sergivaldo fez uma colocação pertinente: a de que há muitos bonsaistas e cultivadores soltos pelo país afora que nem participam de forum, nem mostram suas peças em exposições ou concursos, virtuais ou não. Exceção a essa "regra" foi algo que eu e outros bonsaistas aqui de Brasilia fizemos, ano passado: uma exposição eclética, num shoping movimentado, ao mesmo tempo que uma loja especializada promovia um curso de bonsai ministrado pelo Carlos Tramujas. Very Happy

Nem preciso dizer que nossa expo foi um tremendo sucesso de público. Nela havia exemplares de altissima qualidade, e se voce quiser, poderá ver alguns em fotos no site do nosso clube: www.brasiliabonsaiclube.com.br onde apreciará bonsai de qualidade, trabalhado com plantas genuinamente nacionais, em estilos não tão "japoneses", embora os sigam como base acionadora. Very Happy

Uma tecla em que venho "batendo" insistentemente, principalmente nos eventos e encontros de que participo Brasil afora, é pela formação de núcleos ou associações ou clubes de bonsai. Nos ultimos tempos creio termos tido a grata satisfação de ver um crescimento para cima e para mais nesse sentido, o que muito alegra a todos, esteja certo. Very Happy

O "bonsai brasileiro" é algo que sempre friso em minhas postagens, nesse e em outros foruns de que participo. Buscar nossa identidade no bonsai é relevante, sim. Mas é preciso estarmos atentos para os principios norteadores, as regras japonesas, que devemos manter, estudar, aprimorando nossos trabalhos com elas.
Very Happy

Por quê? Shocked Eis que um dia, num futuro qualquer, teremos conseguido enfim ter em mãos o "bonsai brasileiro". Quem irá outorgar-lhe esse título? Nós mesmos, claro. Mas e o reconhecimento internacional? Shocked

Por mais que se diga o contrário, termos um trabalho nosso admirado por nomes famosos, particularmente do exterior, é algo enriquecedor, estimulante, que tenho certeza ninguem abriria mão. Very Happy A identidade nacional conquista espaço na mídia internacional. Veja exemplares da revista Bonsai Pasion, com matérias do Tramujas mostrando tesouros nacionais. Very Happy

Graças ao Tramujas e a outros bonsaistas, temos tido a oportunidade de ter nosso bonsai reconhecido lá fora. Sem contar, tambem, a divulgação excelente que Dom Mario vem dando ao nosso bonsai brasileiro em suas viagens ao exterior, ou então graças a seus convidados de renome, como o Morten Albek e o Charles Ceronio, que ao retornarem a seus países de origem certamente teceram ótimos comentários a nosso respeito, tanto se sentiram agraciados em admirar a arte mostrada a eles, quando aqui estiveram. Very Happy

Sendo assim, temos sim um bonsai nacional. E ´para findar: uma colocação sua: há jabuticabeira han kengai crescendo na natureza sim. As sementes dessa frutifera, apreciada por passaros, é levada vez ou outra a germinar em encostas e paredões graniliticos, em Minas, Serra do Mar e outros rincões escarpados. E o movimento de seus troncos não é retilineo, nem há multiplicidade de troncos, como ocorre quando plantada no solo, muito pelo contrário. Very Happy
_________________
que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


http://www.brasiliabonsaiclube.com (faça-nos uma visita, vc é sempre bem vindo)
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vhobus
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 5:20 pm    Assunto: Responder com citação

Pedro, o bonsai no Brasil não precisa de bases tanto quanto uma casa não precisa de fundamentos...
Por favor... ao usar a palavra mediocre referindo-se aos que seguem as regras vc está sendo ofensivo.
Tenha mais respeito nas suas colocações.
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Sergivaldo
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 5:39 pm    Assunto: Responder com citação

Amigos,

Mais uma vez arrisco dar meus palpites. Pedro, ainda insisto nesse tema porque acredito que existam muitos aficionados no bonsai que pensam da mesma forma que você.

Pedro Bessa escreveu:
Senão você irá ao Hidaka, à Regina, aprenderá muito, mas depois teremos que ir nós daqui do Rio, e tentar aprender a mesma coisa. Se houver um intercâmbio, essas informações circulam, extrapolam seu círculo inicial e a arte cresce junto.


O que estamos tentando fazer aqui no fórum, senão passar um pouco daquilo que aprendemos? Mas, de que adianta tentarmos passar isso às pessoas que dizem que estamos errado? Não acha que isto é desgastante?

Como me referí anteriormente, só posso falar com convicção daquilo que aprendi ou acho que aprendi. É difícil ensinar aquilo que não sabemos, que não temos domínio. Feio ou bonito, certo ou errado, estamos aqui, nos expondo às críticas.

Foi por isto que criei um tópico onde eu questionava como se faz o estilo naturalístico. Parece aquela fábula do gato e os ratos, onde estes decidiram que deveriam colocar um chocalho no gato para saber quando ele estiver se aproximando; não apareceu nenhum voluntário.

É muito fácil criticar, fazer é que são elas e, como diz um velho provérbio: "se quisermos mudar o mundo, comecemos mudando a por nós mesmos".

Então, meu amigo, é começar agora, já, a fazer bonsai e mostrar algo melhor do que está sendo feito.

Um grande abraço,

Sergivaldo
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"O que dá valor a uma xícara de barro é o espaço vazio que há entre suas paredes." [ Lao-Tse]
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pedrotv
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 6:30 pm    Assunto: Responder com citação

Citação:
Pedro, o bonsai no Brasil não precisa de bases tanto quanto uma casa não precisa de fundamentos...

Sem comentários... Sad

Citação:
Exceção a essa "regra" foi algo que eu e outros bonsaistas aqui de Brasilia fizemos, ano passado: uma exposição eclética, num shoping movimentado, ao mesmo tempo que uma loja especializada promovia um curso de bonsai ministrado pelo Carlos Tramujas.


Nicky, a meu ver, você forneceu a resposta mais sensata até agora neste tópico. Soube do evento e adorei. Aliás, visito constantemente o site do seu clube em busca de inspiração e estudo.

Quando usei o termo medíocre, admito que foi para realmente jogar lenha na fogueira, esperando reações fortes, mas NUNCA me referindo a pessoas. Uma pena que alguns tenham entendido desta maneira. Me refiro ao pensamento. Um pensamento engessado.
Não sou contra as regras, não sou contra os estilos clássicos japoneses, não sou contra a cultura japonesa. Longe de mim. Pôxa, todo final de semana corro atrás de uma mudinha pensando às vezes: "cara, isso daria um ótimo hokidashi, e aquele um fantástico kengai." Eu sigo regras, sem regras não se vai a lugar algum. Só que elas não podem ser fixas, inalteráveis e incontornáveis...
O Valdir e outros, me parecem, acham que sou contra as regras. que quero criar algo sem nenhuma base nem fundamento. Mas é exatamente o contrário. O que existe e é bom, como diz o Nicky, deve ser mantido e venerado. Só que se fizer apenas isso, então deixa de ser arte e passa a ser cópia.
O mundo da arte faz a apropriação de conceitos e regras e trabalha para se renovar. Para inovar. A música faz isso, a pintura faz isso, a literatura faz isso. Porque não pode acontecer o mesmo com o bonsai? Em que lugar está escrito que APENAS os japoneses podem criar, definir regras e estilos?

Citação:
O que estamos tentando fazer aqui no fórum, senão passar um pouco daquilo que aprendemos? Mas, de que adianta tentarmos passar isso às pessoas que dizem que estamos errado? Não acha que isto é desgastante?

Sergivaldo, é exatamente isso que está acontecendo aqui. As pessoas estão dizendo que discutir a arte é errado... isso é realmente desgastante e leva muitos bons e excelentes bonsaístas brasileiros a abandonar os fóruns. Porque quando a discussão surge, bate-se num muro de conceitos presos, fixos eternamente à pedra. Não se pode falar um "ai" fora da cartilha. E aí lemos: "Bonsai não é brasileiro, se fizermos algo como um bonsai brasileiro, será uma cópia dos japoneses", etc.
Fica parecendo que estamos errados em discutir. Em propor novas idéias...

Nicky, obrigado pela serenidade da sua resposta. É isso que precisamos para avançar. Quanto à jabuticabeira han-kengai, gostaria de ver uma foto... Gostaria mesmo, porque daí poderia tentar fazer uma assim... Mas já vi jabuticabeiras cujas sementes alcançaram desfildeiros e penhascos e ficam pequeninas, verdadeiros bonsai naturais, mas não descem em cascata... Quero acreditar em você e ver uma maravilha dessas, porque amo a arte, de todo tipo e principalmente a arte do bonsai.

Para finalizar, uma pérola de frase:
Citação:
Então, meu amigo, é começar agora, já, a fazer bonsai e mostrar algo melhor do que está sendo feito.


Essa é também a minha proposta. Que o panorama mude e façamos coisas novas e melhores (não quer dizer que nova seja melhor, por favor...).
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Um amigo é uma estrada, um inimigo é um muro - provérbio chinês.

Abraços,
Pedro Bessa
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Antonio Castro
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MensagemEnviada: Sex Jan 11, 2008 11:45 pm    Assunto: Responder com citação

pedrotv escreveu:
Quando usei o termo medíocre, admito que foi para realmente jogar lenha na fogueira, esperando reações fortes, mas NUNCA me referindo a pessoas. Uma pena que alguns tenham entendido desta maneira.

Caro Pedro isso faz-me lembrar conversas passadas em que o pretendido era/foi nitidamente “dividir para reinar”...não leva a lugar algum, muito pelo contrário.
Como já viu, o tema já é quente o suficiente, para precisar de mais combustão.

Primeiro gostaria de solicitar, que por questões de respeito e para que possa existir um diálogo possível, que se pretende construtivo, não considerasse como medíocres todos aqueles que não partilham da sua opinião (os presentes e não só, por vezes existem pessoas que se esquecem deste pequeno pormenor) de igual forma também não considero como tal, a sua opinião ainda que situada noutra outra vertente que não a minha....tão pouco estas devem ser classificadas como “de fracos” como se/lê noutras paragens...ou mesmo muros, são outras opiniões e nada mais.

Ainda que o pudesse ser,(medíocres) no meu ponto de vista/aos meus olhos, nunca poderia ser o fruto do trabalho de alguém (como nós) que temos apenas 3 ou 4 anos disto, mesmo assim, trata-se do trabalho de outras pessoas é há que ter algum cuidado..(não seria cordial), a ter mesmo que atribuir tal termo, considero que talvez fizesse mais sentido ser em relação a algumas pessoas, que se dizem Bonsaistas que já têm quase 20 anos disto, ainda não fizeram nada digno de relevo...
Dedicam-se aos Yamadoris, colectam tudo e mais alguma coisa, sem critério algum, com troncos da grossura de um braço, nem qualquer movimento prometedor de algo, deixam crescer uns ramitos aqui e ali e depois comodamente instalam-se no "Naturalistico", para justificar a ausência tudo, desde o nebari ao seu ápice...e caro colega/amigo de fórum, isso pode procurar à vontade que é coisa que verá naqueles que seguem verdadeiramente essa vertente que escolheu.

No próprio fórum do Sr. W. Pall os “supershots” que ali vê é o resultado de uma selecção bastante apurada, para escolher aqueles exemplares, provavelmente descartou dezenas, senão centenas de árvores que estarão muito acima dos nossos padrões e provavelmente não conseguiremos fazer um dia, sejam elas quais forem a sua proveniência.
Afinal tal como em todas as artes, convem não nos esquecermos que o facto de as praticarmos uma, não que dizer forçosamente que seremos artistas....e uma árvore não tem vertente alguma...é uma árvore, quem lhes confere estar numa ou noutra vertente, somos nós...é a nossa percepção, ou seja, os nossos conceitos preconcebidos e isso todos temos.

Por isso, devemos também tentar evitar fazer este tipo de comparações entre bonsaistas...afinal são pessoas com bastante tempo disto, e mesmo sendo um iluminado, para se fazer bonsai digno de tal nome, é preciso tempo...$$$€€€...e não só, também influências, porque se o Pedro fosse apanhado a apertar os sapatos nos locais aonde alguns deles praticam yamadori, o mais certo era ir preso quanto mais praticar tal actividade Wink.

pedrotv escreveu:
Me refiro ao pensamento. Um pensamento engessado.

É apenas uma forma de pensamento...é isso que nos faz únicos...o pensamento engessado, é a sua percepção...vista de outro prisma, pode-se entender a sua posição como tal...e não o faço.

Quem anda por cá à mais tempo sabe perfeitamente que eu já fui mais céptico em relação a esta questão, não pelo que ela é/representa que é um facto consumado...mas por perceber que muitos a seguem julgando que é tudo conforme calha...e

Jonh Naka disse: "conhece a regra, pula a regra" e não foi próriamente, já que não me consigo equiparar às tendências Japonesas e posso pular regras, prefiro optar por: "se há que pular regras, é melhor não as aprender...e crio as minhas"... e isso não é/foi o caso dos exemplos que tanto aprecia.

pedrotv escreveu:
Não sou contra as regras, não sou contra os estilos clássicos japoneses, não sou contra a cultura japonesa. Longe de mim. Pôxa, todo final de semana corro atrás de uma mudinha pensando às vezes: "cara, isso daria um ótimo hokidashi, e aquele um fantástico kengai." Eu sigo regras, sem regras não se vai a lugar algum. Só que elas não podem ser fixas, inalteráveis e incontornáveis...
O Valdir e outros, me parecem, acham que sou contra as regras. que quero criar algo sem nenhuma base nem fundamento. Mas é exatamente o contrário. O que existe e é bom, como diz o Nicky, deve ser mantido e venerado. Só que se fizer apenas isso, então deixa de ser arte e passa a ser cópia.
O mundo da arte faz a apropriação de conceitos e regras e trabalha para se renovar. Para inovar. A música faz isso, a pintura faz isso, a literatura faz isso. Porque não pode acontecer o mesmo com o bonsai? Em que lugar está escrito que APENAS os japoneses podem criar, definir regras e estilos?

Eu tento aprende-las, mas como bem refere, entendo-as como simples directrizes para nos servir e não como uma verddade absoluta.
Ok ainda sou aprendiz, mas quando estou a mexer em alguma arvore, nunca me senti sob pressão, em momento algum, tão pouco considero que me limitarão no futuro...creio que o importante é sabê-las (estas e outras), para as por em prática, quando possível e se tiver mesmo que ser...sempre de forma fluida e nunca forçada.

A par destas existem muitas outras talvez bem mais importantes, para o nosso patamar, desde a fisiologia à horticultura....e que deveriam ser bem mais discutidas...de nada serve saber como devem ser/ficar, senão soubermos como fazer para os manter...

Como deve saber, o que vemos em revistas e o que aparece em concursos, não é o que verdadeiramente se faz no Japão...isso é aquilo que o Ocidental quer/pretende ver.
EStou em querer ( já que nunca lá estive) que o Japão faz/mostra nestes casos, é aquilo que muitos dos Bonsaistas de renome ( seu exemplo incluído) fazem, é Bonsai para alimentar as massas...”um comercio”, desde as árvores aos workshops...o Bonsai que acredito que se pratica naquele País é anónimo a nivel internacional, apenas meia dúzia deles são conhecidos no exterior...um pouco à semelhança do vosso Meste Hidaka, se não frequentasse este local não saberia da sua existência, tal facto não lhe tiraria os méritos que com certeza, terá para ser tão respeitado e acarinhado por ai.

Bonsai como eu o entendo é muito mais que isso......é o que não se vê...é o meu paraquedas de desaceleramento da selva urbana em que vivemos...o retorno ao “eu”....tipo “do caos nasce a ordem”...e isso pode ser sentido em qualquer das vertente escolhidas, desde que se o faça.


em : http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://users.skynet.be/bonsais.dongson/Agr/Agr12/Agr12-4.jpg&imgrefurl=http://users.skynet.be/bonsais.dongson/forumliens.html&h=973&w=724&sz=66&hl=pt-PT&start=18&um=1&tbnid=zhXY3-UbvfNPIM:&tbnh=149&tbnw=111&prev=/images%3Fq%3Djin%2Bshari%2BBOnsai%26svnum%3D10%26um%3D1%26hl%3Dpt-PT%26sa%3DN
Como pode ver este é um exemplo de Bonsai do Vietname.
Parece ter ou não directrizes?...se eu não visse este exemplo, analisando a frio, poderia julgar tratar-se de desfasamentos da vertente pela qual aprendo, mas não, trata-se de outra cultura...se eu pretender praticar esta vertente, se gosto dela para que o possa fazer sem a desvirtuar, parece-me mais sensato, tentar descobrir do que se trata, quais serão as suas bases...e não basta dizer que são Chinesas porque isso é a atitude demasiado simplista...e conveniente.

pedrotv escreveu:
Sergivaldo, é exatamente isso que está acontecendo aqui. As pessoas estão dizendo que discutir a arte é errado... isso é realmente desgastante e leva muitos bons e excelentes bonsaístas brasileiros a abandonar os fóruns. Porque quando a discussão surge, bate-se num muro de conceitos presos, fixos eternamente à pedra. Não se pode falar um "ai" fora da cartilha. E aí lemos: "Bonsai não é brasileiro, se fizermos algo como um bonsai brasileiro, será uma cópia dos japoneses", etc.
Fica parecendo que estamos errados em discutir. Em propor novas idéias...

Discutir não é errado...aquilo que nos “incomoda” leva reflectir, e pode ser um bom veiculo para nos levar a uma melhor compreensão sobre nós mesmos.
O que é errado é ser levado ao extremo ao ponto de haver falta de respeito, isso sim...

Voce mais acima fez um bom analogismo quando comparou com o futebol.
Já reparou que todos os jogadores independentemente da sua nacionalidade, com todas as suas virtudes e defeitos que lhes são inerentes, se jogam futebol nunca deixam de jogar segundo as regras (neste caso são regras)...parece-lhe que em algum momento eles se sentem limitados por elas quando vão a caminho do golo...e mesmo assim eles pulam-nas sempre que podem...Será que para jogar futebol temos regras diferentes ai e outras aqui...será que alguém diz a um jogador que acrescenta pontos que tem que passar de chutar bola de outra forma, só porque é tecnicamente mais perfeito, não me parece...pode sim ser levado a refinar o seu talento natural, quando trabalhado em conjunto com a equipa técnica...e ninguém aparece a jogar na equipa principal sem primeiro ter passado por todo um processo de aprendizagem...técnica e sobretudo prática...um sem o outro de nada vale...complementam-se.

A Cópia mesmo que perfeita...é sempre uma cópia, no actual momento pode ser bastante útil por questões de aprendizagem,.
Um dia terão que cortar o cordão umbilical, no entanto ainda assim, estou em querer que será muito difícil senão mesmo impossível, não estar preso a nada...
Um dos segredos de liderança/sucesso é atrever-se a inovar...é mais que sabido.
Acontece é que por norma também estes “visionários”, só o são, porque o patamar em que se encontravam já não lhes dizia grande coisa...dominavam aquilo que faziam...e partiram para outro fim, mesmo que não poucas vezes, ridicularizados...e ai sim, ter aptidões para tal e não inovar, é realmente viver próximo da mediocridade,(aos nossos olhos) porque para a pessoa em questão, pode não o ser e sentir-se bem assim.

No que toca às Associações & Federações, pela distância que está do local que citou, devo-lhe dizer que não é tão pacifico, como pode parecer ou um mar de rosas.
Por exemplo no Luxemburgo se você não for um nativo daquele País, nem tão pouco o deixam inscrever como bonsaista....mesmo que habite lá.
Quase por toda a Europa, desde que exista uma Federação, os grupos como os que alguns de vocês formam, se não tiverem devidamente formalizados/oficializados, não são considerados como tal, não têm voto na matéria no que toca a qualquer decisões sobre a arte do Bonsai no panorama nacional, nem tão pouco podem participar na maioria dos eventos que se fazem...já que as Federações só aceita inscrições de membros das respectivas associações (reconhecidas oficialmente como tal).

Ao estar inserido numa Associação, a sua opinião vale, mas pode não ter peso algum na decisão tomada, num organismo deste género, o que conta não é a opinião pessoal, mas sim a geral que vá sobretudo de encontro aquilo que for melhor para ela.

A associação irá ter regras próprias para melhor se articular, e esta quando sobre a alçada de uma Federação Nacional, terá que cumprir com as directrizes da mesma, mesmo que estas possam não ser exactamente as mesmas que as suas, terá que fazer um esforço por se moldar ( ou entrará em rotura).
A Federação Nacional poderá/deverá ter que se associar a outra que por exemplo ai no vosso caso talvez possa ser uma “Americana” do Norte ou do Sul como acontece na Europa com a EBA.
E serão estes organismos (a nível global) que conferem o que se faz e como se deve fazer a nível internacional, logo serão eles que terão “a faca e o queijo na mão”, para reconhecer se determinado País tem uma vertente nova ou não, e não os próprios desse mesmo País....ai pode ser quanto muito apenas a nível interno.

No entanto é uma verdade, “inovar é preciso” mas com consciência estudo e dedicação,... talvez o resultado não seja para já, mas com certeza virá.

As minhas desculpas pelo alongar da resposta e qualquer erro que possa ter ocorrido.

Boa sorte

Cptos.

Castro
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Bonsai não é o nome, mas sim o despertar

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pedrotv
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MensagemEnviada: Sáb Jan 12, 2008 12:33 am    Assunto: Responder com citação

Castro, agradeço muito a sua participação neste tópico. Devo confessar que receava quando finalmente postaria uma resposta. São os preconceitos contra os quais tento lutar e que, por vezes, acabo por cair também. A discussão deve ser o caminho. Usei termos fortes e, aparentemente, ofensivos. Mas não entendam como tal. Não prentendo e nem muito menos tenho o direito de ofender quem quer que seja. Chamei de medíocre a atitude, e somente ela, nunca qualquer bonsaísta que participe ativamente ou não deste e de outros fóruns.
Mas às vezes precisamos de frase mais fortes, para chacoalhar as bases e levar à discussão. Será que este tópico teria se estendido tanto se eu tivesse freado as minhas palavras? Será que a diversidade de opiniões e a discussão que nos últimos posts (Nicky, fantástico) vem se desenvolvendo teriam encontrado lugar se este fosse mais um tópico mostrando uma árvore e todos comentando o quão fantástica ela é?
Os mestres que frenquentam este espaço norteiam, entre outros mestres, o meu aprendizado. Passei a desenhar e estudar projeções depois que vi os desenhos do Valdir, os virtuais do Alexandre. O estudo é, acredito piamente, a melhor forma de avançar. E agora, no início de um novo dia, a discussão está ocorrendo de forma mais saudável. E talvez eu tenha atingido o meu objetivo. Com farpas e mps, mas chegando a uma discussão que me parece saudável e proveitosa. Afinal, vim aqui para aprender.
Não me estenderei mais sobre a necessidade das regras. Penso que já o fiz e outros, muito superiores a mim também o fizeram aqui neste espaço.

Citação:
Discutir não é errado...aquilo que nos “incomoda” leva reflectir, e pode ser um bom veiculo para nos levar a uma melhor compreensão sobre nós mesmos.
O que é errado é ser levado ao extremo ao ponto de haver falta de respeito, isso sim...


Fui aconselhado a abandonar, a solicitar ao Mário a retirada do tópico. Teria sido uma pena pois não teríamos chegado até aqui. A discutir e ampliar os conhecimentos. Como você bem disse, o que nos incomoda leva a refletir. Eu estava incomodado, mas não encontrava maneira ou forma de fazer avançar a discussão. Essas invariavelmente morriam sem resultados. Não é o que quero ver acontecer agora.

Citação:
Um dos segredos de liderança/sucesso é atrever-se a inovar...é mais que sabido.
Acontece é que por norma também estes “visionários”, só o são, porque o patamar em que se encontravam já não lhes dizia grande coisa...dominavam aquilo que faziam...e partiram para outro fim, mesmo que não poucas vezes, ridicularizados...e ai sim, ter aptidões para tal e não inovar, é realmente viver próximo da mediocridade,(aos nossos olhos) porque para a pessoa em questão, pode não o ser e sentir-se bem assim.


Você interpretou o pensamento que está por trás de um texto com certeza duro. É exatamente isso: descobrir que temos aptidões para inovar. E fazê-lo! Não precisamos todos fazer nem temos todos o talento para tanto. Não sei se um dia terei este talento. Me limito a estudar e estudar sempre. As regras clássicas, porque é o que temos por enquanto. É o que tenho acesso. Faço meus bonsai seguindo os estilos clássicos. Podando um primeiro galho que não sai do primeiro terço, etc. Mas vejo também que existem novas idéias surgindo. Não minhas, mas de pessoas cujo talento é evidente.

Citação:
No que toca às Associações & Federações, pela distância que está do local que citou, devo-lhe dizer que não é tão pacifico, como pode parecer ou um mar de rosas.


Castro, eu morei 4 anos na França e tenho raízes familiares muito fortes nesse país. Desde a mais tenra idade tenho viajado para lá sempre que possível e tive a sorte de ter pais que me deram o acesso a uma educação à distância complementar à que tive aqui no Brasil. Assim pude estudar com os mesmos livros e professores que os que lá moram e vivem. Fiz faculdade lá e tive muitas alegrias e muitas dores também. Frequento fóruns franceses e vejo a discórdia e a discussão. Mas me parece ser mais saudável do que aqui. Parece que estão avançando realmente. Posso estar enganado, mas vejo material de muita qualidade em termos didáticos e de pesquisa acontecendo naquele país. E em Portugal, e na Áustria, Alemanha ou outros países europeus. A discussão raramente vem sem algumas altercações, mas é preciso que exista. Mas um tópico parecido com este, chegou a mais de 20 páginas durante quase 4 anos. Levei muito tempo para percorrê-lo e notar a evolução evidente que surgiu daquela discussão inicial. Era sobre uma demonstração que alguns faziam à parte da oficial. Foram muito criticados. Nem sempre com muito respeito, é verdade, mas a história continuou. Hoje aqueles que antes eram os marginais, estão mostrando idéias diferentes e sendo (agora) reverenciados por isso. Um deles (na verdade dois deles) é a dupla Vev e Law, que nos apresenta um estilo de árvores inspirado nos filmes do Tim Burton (O estranho mundo de Jack). Diferente e fantástico. Nada natural, talvez, mas diferente, inovador.
http://vevlaw.hautetfort.com/

Citação:
No entanto é uma verdade, “inovar é preciso” mas com consciência estudo e dedicação,... talvez o resultado não seja para já, mas com certeza virá.


Torço para que esteja certo e que isso aconteça. Com o caminho que indica (estudo e dedicação), que a meu ver, farão a grande diferença no final das contas. Se vai demorar, não sei o quanto exatamente. O Brasil é um país de contrastes, que às vezes demora a pegar no tranco, mas quando pega tudo vai muito rápido. E isso acontece com a tecnologia, certamente, mas também com a arte.
minha profissão (diretor de arte em publicidade) me mostrou que a criatividade brasileira é um de seus maiores trunfos, capaz de levar a grandes conquistas. E assim como aconteceu na música, pintura ou literatura, pode e deve acontecer com o bonsai.

Fica o meu apelo para que a discussão não morra, que os mais experientes apresentem idéias, desenhos... Talvez mesmo sem acreditar muito num bonsai brasileiro, mas usando seu talento para sonhar. Que os iniciantes estudem, talvez influenciados por novas idéias, mas sem esquecer as conquistas e lições do passado. Como bem me disse o Valdir, é preciso aprender a caminhar primeiro. Então que aqueles que estão correndo nos mostrem como fazem ou como chegar lá. Ou que estudem formas de correr mais rápido e melhor. Ou simplesmente diferente. Nós todos cresceremos juntos assim.
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Um amigo é uma estrada, um inimigo é um muro - provérbio chinês.

Abraços,
Pedro Bessa
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MensagemEnviada: Sáb Jan 12, 2008 5:56 pm    Assunto: Responder com citação

Pessoal, permitam-me um comentário.
Este tópico, sem bem direcionado, bem assimilado, por todos aqueles que o lerem, certamente trará bons resultados.
É necessário evoluir, avançar nas idéias e conceitos, colocando em prática a evolução da técnica, procurando colocar em nossos Bonsais, nossos sentimentos, nosso amor. Como já foi dito aqui, o Bonsai não é somente uma prática, e sim um filosofia, uma arte, uma ciência, e porque não dizer, uma religião, que resulta em belos trabalhos com uma planta.
Devemos procurar evoluir, respeitando idéias novas e conceitos tradicionais, que são a base de qualquer avanço.
É justamente aquele que inicia dentro desta arte, que para não sentir-me perdido, procura o norte através das regras básicas do Bonsai, que com o passar do tempo, caso tenha sensibilidade para isso, irá descobrindo e aperfeiçoando técnicas e procedimentos, estilos e principalmente, "visões" personalizadas, com características próprias e regionais em seus trabalhos.
Este tópico, como já disse no inicio, se bem conduzido por todos, poderá tornar-se uma alavanca para aqueles que praticam / aprendem a arte do Bonsai.
Não podemos perder, neste tópico, o "norte" da discussão sadia e evolutiva.
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Antonio Castro
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MensagemEnviada: Sáb Jan 12, 2008 7:45 pm    Assunto: Responder com citação

nabase escreveu:
Pessoal, permitam-me um comentário.
Este tópico, sem bem direcionado, bem assimilado, por todos aqueles que o lerem, certamente trará bons resultados.
É necessário evoluir, avançar nas idéias e conceitos, colocando em prática a evolução da técnica, procurando colocar em nossos Bonsais, nossos sentimentos, nosso amor. Como já foi dito aqui, o Bonsai não é somente uma prática, e sim um filosofia, uma arte, uma ciência, e porque não dizer, uma religião, que resulta em belos trabalhos com uma planta.
Devemos procurar evoluir, respeitando idéias novas e conceitos tradicionais, que são a base de qualquer avanço.


Caro Nabase
Pela parte que me toca, muito obrigado sua participação,...na verdade é tão importante/válida quanto a qualquer outro membro daqui e seguramente muito mais que a minha, pela minha condição de “out-sider” em relação ao Bonsai do Brasil Wink... por isso a sua participação (e de todos os outros) é ou será sempre importante para um melhor desenvolvimento da Arte do Bonsai do Brasil...diz respeito a todos vós.

Bonsai para mim é tudo isso que referiu...e não tem lados (ou cada vez tem menos), se tem é a minha pessoa que os coloca/classifica.

Devemos procurar evoluir, se possível em conjunto, respeitando as ideias e tradições mas sobretudo, as pessoas...as pessoas também fazem parte do Bonsai, creio... Wink.

O “caminho” a meu ver já foi mais ou menos delineado, pelo menos em relação ao respectivo tema.
Contrariamente ao que aconteceu no passado, se algo ficou claro, (pelo menos para mim) é que a visão mudou significativamente...seja qual for este a seguir, deve ser cimentado com muita “consciência; estudo e dedicação”...pedras basilares para se construir algo de concreto.

Como refere o Pedro nas entrelinhas “nada é tão falível quanto o sucesso”, ou seja, se, se pretender atingir um nível de excelência (seja no que for) teremos que inovar....e inovar é sempre possível em qualquer vertente.

Quem atinge tal estatuto, ao chegar seu ao ponto mais alto “o sucesso”, começará a dar lugar à complacência, á ineficácia e pior, por vezes à arrogância...por isso se diz:
“nada é tão falível quanto o sucesso”, porque no momento em que aquele que atingiu o sucesso, parar de fazer aquilo que o fez chegar ao topo, será precisamente o momento em que começará a cair pela montanha abaixo...para se chegar ao topo há que inovar...e para se saber inovar temos que estudar (o que nem sempre acontece), senão formos conhecedores de algo, como saber concretamente se inovamos...

Isso na vertente que sigo, será mais ou menos quer dizer, que para eu chegar a um nível de sapiência aceitável, não posso dar como “verdade absoluta” todo o legado que aprendo: as regras/directrizes ou o legado cultural que a arte carrega, se me restringir a apenas isso, será o momento em que começará o meu declínio, se é que algum dia haverá ascensão....devo procurar ser livre dentro das directrizes e dar azo à minha criatividade...mas para saber que sou livre preciso de conhecer perfeitamente os seus contornos...e isso é efectivamente a minha visão sobre o assunto, embora não pretenda ascender a coisa alguma, mas sim disfrutar da arte, como julgo que ela merece que faça.

E verdades absolutas não existe em vertente alguma, apenas relativas, que nós criamos e que variam consoante a perspectiva escolhida, logo pela sua própria relatividade, não podem nem devem, sobrepor-se ás outras.
Ainda assim, sempre irá existir toda uma comunidade de Bonsaistas, que independentemente da vertente escolhida, para não abandonarem a área de segurança, ou receando serem mal compreendidos, se irão colocar confortavelmente no chamado “porto de abrigo do conhecido”.
E para vencer algo é preciso abandonar-se essa área de segurança, isso é o mesmo que dizer, que forçosamente se irão correr alguns riscos... só que se as bases estiverem lá...serão "riscos calculados"...o que me parece também aqui fazer toda diferença.
Mesmo errando bastantes vezes, aos poucos o sucesso também começará por surgir.
Como alguém disse: “O verdadeiro risco é viver sem riscos” e o pior risco, é fracassar por não tentar, não sonhar, não ousar...
Mas para tudo isso, "voltando atrás", é necessário “estudar e dedicar-se com afinco” e procurar não percorrer o caminho do fácil, acreditando apenas naquilo que os seus/nossos olhos vêem...julgar as coisas como simples fruto do acaso/aleatório por mais naturais que estas pareçam.

Por isso só me resta desejar boa sorte...e esperar que mais pessoas como o senhor participem, porque efectivamente são questões que dizem respeito a todos vocês, mesmo que no actual momento não haja conclusão à vista...havendo diálogo e respeito a algum lado seguramente irá chegar.

[ ]s

Castro
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MensagemEnviada: Sáb Jan 12, 2008 10:24 pm    Assunto: Responder com citação

Pessoal,
Não entendo nada disso sou, iniciante nesta arte e como consequencia ignoro quase tudo e todos, mas não vejo como seria possível não surgir um bonsai brasileiro com a evolução e amadurecimento de seus criadores. Certamente um caráter próprio virá.

Mas estas caracteristicas particulares de nosso bonsai serão sempre um somatório das características particulares de pessoas individuais que obtiveram bons resultados nisto ou naquilo.

Os exemplos sempre nos guiam, como criancas imitamos a principio para depois tecer nossas proprias elocubrações. Quando so temos bons exemplos lá fora fica dificil sentir nossa singularidade.

Por isso me veio uma questão:
Sem entrarmos no merito do valor... o trabalho do Marcelo yamadori não poderia, por exemplo, ser considerado Brasileiro?

http://marceloyamadori.com/index.htm

Sei que é inconveniente, nestes assuntos citar nomes, mas para alguem leigo como eu, um exemplo objetivo seria esclarecedor.
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Grande abraço.
(Heráclito de Efeso Frag. 84) "Tranformando-se, repousa".
Diria também: Bonsai: transformando-se repousa.

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MensagemEnviada: Sáb Jan 12, 2008 10:58 pm    Assunto: Responder com citação

Duprat, o Marcelo Yamadori (eu o havia citado no meu texto) faz árvores fantásticas, um maravilhoso estudo de nativas com algumas características próprias muito interessantes.

Citação:
Mas estas caracteristicas particulares de nosso bonsai serão sempre um somatório das características particulares de pessoas individuais que obtiveram bons resultados nisto ou naquilo.


E será justamente o estudo e análise dos sucessos que levarão à inovação e ao crescimento da arte no país. E neste sentido, os fóruns, como este, discussões como esta, serão importantíssimos para se chegar lá.
Assim como ver as tuas maravilhosas paisagens (sou fã de carteirinha) nos mostra a força da natureza brasileira.
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Abraços,
Pedro Bessa
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MensagemEnviada: Dom Jan 13, 2008 11:33 pm    Assunto: Responder com citação

Oi Pedro,

a necessidade de nacionalizar a Arte do Bonsai é sua e não do bonsaista, o artista não precisa ser reconhecido como pátria a arte não tem nação.

Se você tem a necessidade de fazer um ''bonsai brasileiro" faça , mas ao olhar um Bonsai não se preocupe tanto se ele é Espanhol , Japonês, Alemão , Inglês ou Brasileiro.

A arte supera a condição humana,

Abraços,

Zörer
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MensagemEnviada: Seg Jan 14, 2008 12:47 am    Assunto: Responder com citação

Zorer, então porque bonsai é "japonês"?

[quote]
arte não tem nação
[/quote/

Então não houve o renascimento italiano? Os hieróglifos egípcios?
Mas o impressionismo atravessou fronteiras e é justamente esse o meu ponto. Já ouvi aqui que bonsai TEM que ser japonês. Não peço exclusividade. Peço que se desenvolva uma aspecto nacional, como fizemos com todo tipo de arte. Isso não quer dizer que devemos apenas tocar axé!!!
A arte realmente supera a condição humana, mas prescinde de cultura. Sem a apropriação da arte pelas diversas culturas, estaríamos na idade da pedra.

Citação:
a necessidade de nacionalizar a Arte do Bonsai é sua e não do bonsaista


Pode me indicar em qual frase eu disse que precisávamos "nacionalizar" a arte?

Apropriação não é nacionalização! É dar uma identidade a MAIS. É propor novas idéias e horizontes, porque a arte supera a condição humana e invade todas as culturas.
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Abraços,
Pedro Bessa
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