FÓRUM do Atelier do Bonsai - Mário A G Leal

[darkaso]

Olá amigos,



vendo uma foto postada pelo Nickyfury em outro tópico fiquei visualizando o que cada escola tem uma característica de trabalho, mas a diferença também pode ser pequena, mas que faz uma grande modificação no visual geral da planta.

Escola chinesa




como seria uma mudança para escola japonesa



Claro que o bonsai chinês não está errado, veja que foi feito dessa forma propositalmente. Os galhos estão assimétricos como forma de mostrar a identidade do penjing árvore.

Não seria apenas esta a mudança, seria muito simplório apenas colocar uma compactação da copa com simetria entre os galhos, como se fazendo "barra de calça" é o principal. A filosofia é dentre as diferenças a maior, o que para nós é muito difícil de entender como ocidentais.

Espero que ajude a ilustrar um pouco, mas acho que foi mais para minha curiosidade do que outra coisa.

T+
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Nada lhe pertence mais que seus sonhos - Friedrich Nietzche

[GustavoLP]

Desculpe a minha ignorância, mas quem surgiu primeiro foi a escola chinesa, não é? Aliás, muito antes, né?

abraço
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"Uma mente que se abre a uma nova idéia jamais retornará ao seu tamanho original" (Albert Einstein).

[nickyfury]

Muito se tem discutido, nesse forum e em outros, acerca das diferenças entre as classificações e a maneira de trabalhar para formar/educar uma arvore, dentro das escolas chinesa e japonesa. Busca-se, quase sempre, o melhor entendimento sobre elas, e por vezes, dependendo do calor da discussão, têm-se chegado a lugar nenhum, sobre tais postagens.

Hoje, diferentemente do meu posicionamento num passado não tão distante, admiro bastante o trabalho chines, seja na composição unitária, buscando formar um bonsai com caracteristicas japonesas, mas dentro da linha de construção chinesa, seja na composição complexa, que conhecemos como penjing.

A identidade ou o que quer que seja que possa assim ser entendido, em relação a determinados trabalhos, que caracterize uma ou outra escola, é algo por vezes não tão perceptivel assim. Estudando minhas revistas japonesas de bonsai, observo cada vez mais trabalhos que, se estivessem inscritos numa revista chinesa, seriam dificeis, para leigos como nós, diferençarmos um de outro. Que dirá, então, quando mostrados assim, na net?

Antigamente, buscando fotos e desenhos de bonsai, podemos até conseguir identificar uma e outra escola, sendo suas diferenças bastante palpáveis. Ouso dizer que, atualmente, não é tão simples assim.

Creio que o motivo para isso é que o bonsai japones está em expansão, não só no nosso país, mas em muitos outros, inclusive a China. Os orientais são notórios copiadores, desde longa data, tratando não de aprender para fazer melhor, mas copiando ideías e acepções alienigenas, e, à maneira deles, fazendo suas próprias criações, sem contudo inovar em demasia.

Os japoneses fizeram assim, quando ainda nos primórdios de sua evolução como povo, estiveram na China, buscando cultura, budismo, idioma e arte. Além de outras coisas mais. Como nós, encantaram-se com as incriveis arvores miniaturas, algumas centenárias, plantadas em vasos e bandejas. Viram que os chineses chegavam ao absurdo de compor paisagens minusculas, em que incluiam figuras humanas e animais ou mitológicas, compondo verdadeiros quadros pluridimensionais, tal a pluralidade desses trabalhos.

Ora, acredito que ainda tentaram ou talvez até tenham introduzido tal modelo em seu país, quando retornaram. Mas, como aqui, e em outros lugares, a maioria torceu o nariz para tais elaborações, preferindo então copiar apenas o que consideravam a melhor parte.

Lembremos que o Japão de então era um país essencialmente marcial. A guerra, as lutas e comoções internas, ainda que entremeadas de momentos de paz, estavam sempre eclodindo aqui e ali, quando não pelo país inteiro, ao mesmo tempo. O soldado de então, o samurai, era não só um perito no manejo de uma espada, mas tambem um sábio, que tinha de seu apenas as espadas e a roupa que usava, mas nem sempre, e devia estar sempre pronto para mover-se, de acordo com os ditames de seus senhores feudais.

Como poderiam, então, transportar peças grandes como um penjing? Dificil. Melhor, então, reduzir tudo ao minimo: uma arvore, uma bandeja, e uma ferramenta para cuidar disso. Algo simples, mas de tal beleza, que representava, para ele, exatamente o que ele sentia em relação a si mesmo: frugal, minimo, mas total e completo, em todos os sentidos.

Hoje vemos o bonsai japones em solo americano, seja no norte, seja no sul. Vemos em solo Europeu, Sul Africano, Australiano e, interessante, Chinês. Em contrapartida, embora hajam artistas que busquem aprimoramento e técnica para criar obras como penjing, não há em todo o mundo nada que se compare a divulgação e propagação da arte japonesa.

Bem, Dark meu chapa, fico aqui. Deixo o espaço para demais colegas foristas exporem seus pontos de vista, igualmente relevantes, quando se trata de discutir tais mistérios.
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que a compreensão liberte a energia criativa que existe em nós.


http://www.brasiliabonsaiclube.com (faça-nos uma visita, vc é sempre bem vindo)

[stokmann]

Desculpe a simplicitade da minha opinião, mas para mim o bonsai é uma arte, e como toda arte é através dela que o artista se expressa. Então, devemos nos preocupar muito mais com o nosso estilo, com a nossa intenção que com regras pré-estabelecidas. Sintam o que estão fazendo, sintam a planta, procure imaginar o como ela seria em seu sonhos que com toda certeza vai ter muito mais valor para você.

Att,

Anderson Stokmann

[GustavoLP]

A mim o que pareceu mais natural, ou seja, mais verossímil com aquilo que se apresenta na natureza é a primeira árvore. No entanto, a segunda tem um beleza maior.

Gostei das duas!
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"Uma mente que se abre a uma nova idéia jamais retornará ao seu tamanho original" (Albert Einstein).

[darkaso]

Grande Nickyfury,


a intenção maior não era uma discussão sobre as escolas, mas apenas uma visão, minha por sinal, de diferenças de forma prática e visual. Mas nem em sonho esperava uma aula de teoria como esta meu chapa. Com certeza já valeu a postagem. Valeu amigo.


Stokman,

como arte ainda assim pode apresentar uma complexidade muito grande. Mesmo sendo uma espressão de nossa alma ou emoções que pretendamos, existe muito o que se preocupar com as diretrizes para chegar ao fim objetivo, o bonsai.


Gustavo,


Se perceber podemos encontrar na natureza algumas mudanças em relação à planta que você entende ser mais natural. O normal é que os galhos mais baixos sejam maiores e mais largos, e não os galhos do meior do "leque'. Estes foram deixados miores propositalmente, mas pouco se encontra algo assim naturalmente.

T+
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Nada lhe pertence mais que seus sonhos - Friedrich Nietzche

[stokmann]

Darkaso, respeito sua opinião, porém discordo um pouco, pois em vários artigos e livros que li sobre o assunto, o bonsai é uma arte que surgiu na china inspirado em "mini árvores" que ocorrem na natureza, principalmente entre rochas, sendo então que o bonsai teve sua origem inspirada nisso, não são diretrizes que vão dizer se a pequena árvore é um bonsai ou não.


Abraço,

[darkaso]

Stokman,


acho que estamos falando da mesma coisa. A arte bonsai foi inspirada na natureza. As diretrizes são um caminho de se dar essa naturalidade nas plantas. Elas são resultado de estudos dos chineses e posteriormente japoneses para se chegar ao bonsai. As diretrizes não dizem se a planta é ou não bonsai, pois podemos aplicá-las em uma muda mirrada e ainda assim ela não será bonsai. Só frizei que existe uma certa complexidade pois a simplificação exagerada pode dar a noção aos iniciantes de que bonsai é muito fácil, sendo que não é.


Abraços
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[stokmann]

darkaso, concordo com o que você falou na ultima mensagem, porém, apenas quiz frizar qual o racicinio que segui ao dar a minha opinião sobre o assunto. E com toda certeza o bonsai não é algo fácil e algo que se tem o resultado de um dia para o outro, são anos dedicados para ser ter um resultado satisfatório.


Um forte abraço,

[sergioturbo10]

Estudem o livro de Naka e teremos uma boa ideia do que é o bonsai japones.
A coisa não é tão complicada não pessoal, é que alguns viajam demais....

abraços
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Mateus 11:28-30
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